O número absoluto de patentes concedidas a invenções de mulheres no Brasil teve um aumento de 56% nos últimos cinco anos, passando de 107 em 2017 para 167 patentes em 2022. Além disso, as patentes concedidas a grupos mistos, onde consta pelo menos uma mulher inventora, quase quadruplicou no mesmo período, de 160 para 630 patentes. É o que mostra a pesquisa Mulheres inventoras na América Latina: Construindo o futuro, que elabora uma retrospectiva sobre o cenário de participação feminina nas patentes concedidas entre os anos de 2017 e 2022 no Brasil, Chile, Colômbia e México.
Por outro lado, em números proporcionais no Brasil, houve uma leve queda de 1,4% nas patentes que possuem somente mulheres como inventoras na comparação dos últimos cinco anos, quando o país saltou de 1.482 patentes concedidas em 2017 para 2.892 em 2022. Já a proporção de patentes concedidas a grupos mistos de inventores mais do que dobrou no mesmo período, saindo de 10,8% para 21,8%.
Realizada pela Aliança Global de Propriedade Intelectual (GLIPA, na sigla em inglês), a pesquisa teve como objetivo identificar o número de patentes concedidas em que mulheres residentes desses países aparecem como inventoras. Os resultados brasileiros foram elaborados a partir de dados levantados pelo escritório Licks Attorneys, que lançará oficialmente o estudo por meio de um evento em seu escritório do Rio de Janeiro, na próxima quinta-feira (14).
“O crescimento substancial no número de patentes concedidas a grupos com participação feminina é um sinal do avanço das mulheres na inovação. Esta evolução destaca a importância de espaços inclusivos que valorizem e promovam a participação feminina, algo essencial para o progresso e a diversificação na área da propriedade intelectual”, afirma Liliane Roriz, Desembargadora Federal aposentada e sócia do Licks Attorneys.
A pesquisa representa um esforço da sociedade civil para contribuir com o trabalho realizado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), que estima que a paridade de gênero no patenteamento será alcançada somente em 2061. Entretanto, quando o assunto é América Latina, a expectativa é ainda mais distante, prevista para 2068.
“Para consolidar e ampliar esse progresso, é crucial implementar mais políticas afirmativas e realizar um trabalho de base sólido, fomentando e incentivando a formação de meninas desde cedo. É preciso mostrar que elas têm o potencial para se destacar em qualquer área de conhecimento e que elas saibam o quanto suas contribuições são valiosas e necessárias em todos os campos do saber”, avalia Gislaine Zulli, especialista de patentes do Licks Attorneys.
Licks Attorneys celebra as mulheres inventoras em evento no Rio de Janeiro
Com o intuito de celebrar as mulheres inventoras de patentes, o Licks Attorneys lançará a pesquisa oficialmente no Brasil em um evento realizado em seu escritório no Rio de Janeiro, na próxima quinta-feira (14). Com transmissão on-line e tradução simultânea, o encontro será dividido em quatro painéis.
O primeiro destina-se a destacar as inventoras, apresentando algumas das mulheres mais proeminentes com pedidos e patentes depositados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O segundo jogará luz sobre as agências de Propriedade Intelectual (PI), com representantes do INPI e da OMPI. O terceiro contará com mulheres líderes em grupos de patentes dentro da indústria, e o último terá a participação de executivos da GLIPA, a fim de promover a pesquisa.
Para participar do evento, os interessados podem acessar: www.lickslegal.com/mulheres-patentes-2023