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TEA: estudo aponta preconceito de gênero no diagnóstico

Mascaramento do autismo em mulheres foi apontado pelo Journal of the Academy Autism and Developmental Disorders como uma das causas da subnotificação do número de diagnóstico
TEA: estudo aponta preconceito de gênero no diagnóstico
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Imagem: TEA: estudo aponta preconceito de gênero no diagnóstico
TEA: estudo aponta preconceito de gênero no diagnóstico

Embora não haja dados consolidados sobre o transtorno no Brasil, estima-se que haja 6 milhões de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) no Brasil, incluindo não diagnosticados. A hipótese se baseia em um levantamento do Centro de Controle de Prevenção e Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, com as proporções deste levantamento estadunidense sendo aplicadas à população brasileira.

Outro estudo, divulgado pelo Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, concluiu que a verdadeira proporção entre homens e mulheres com TEA não é de 4 para 1, como se acreditava, e sim de 3 para 1. O relatório aponta, ainda, a possibilidade de haver preconceito de gênero no diagnóstico e infere sobre mulheres correrem um risco desproporcional de não receberem um diagnóstico clínico.

O estudo é citado em um artigo publicado no Journal of the Academy Autism and Developmental Disorders, que apontou como uma das causas da subnotificação do número de diagnóstico de TEA entre mulheres a camuflagem – ou mascaramento do autismo.

Segundo a especialista em neurodesenvolvimento e diretora do Instituto Neuro, Dra. Jéssica Cavalcante, o mascaramento é a prática consciente ou inconsciente por parte de indivíduos autistas de ocultar, ou minimizar, características do TEA para se adequar às expectativas sociais.

“Em mulheres com autismo, o mascaramento pode incluir imitação de comportamentos sociais, controle expressivo, forçar-se a participar de atividades sociais, tolerar estímulos desconfortáveis ou esconder reações a eles e desenvolvimento de roteiros sociais”, aponta Cavalcante. 

Cavalcante explica que culturalmente há pressões diferentes sobre o comportamento feminino e masculino. As mulheres são frequentemente socializadas para serem mais empáticas, comunicativas e sociais. Isso pode levar as mulheres autistas a se esforçarem mais para se adaptar às normas sociais, resultando em mais mascaramento.

“Algumas mulheres podem adotar esses comportamentos para evitar estigmas. É comum tentar mascarar ou esconder características físicas ou comportamentais autistas, como estereotipias ou dificuldades com contato visual, mesmo que se sintam desconfortáveis”, esclarece, pontuando, ainda, que o mascaramento contínuo pode levar a problemas como exaustão mental, ansiedade e depressão. 

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MaceióBrasil