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Engenharia de automação pode transformar rumos da indústria

Setor de geração de energia é um dos que mais se beneficiam com avanço tecnológico e modernização do setor
Engenharia de automação pode transformar rumos da indústria
Engenharia de automação pode transformar rumos da indústria
Imagem: Engenharia de automação pode transformar rumos da indústria
Engenharia de automação pode transformar rumos da indústria

O setor de produção de energia brasileiro busca sua modernização, sendo pauta importante e debatida constantemente pelo novo governo que tomou posse em 2023. Atualmente, no país, 67% de geração de energia é oriunda de hidrelétricas. De acordo com informações do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), depender quase que exclusivamente da energia vinda de uma única fonte pode configurar um risco, segundo especialistas do setor. Um dos maiores consumidores de energia no Brasil é o ramo da indústria que, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), consome mais de 30% da energia do país.

O setor energético busca tornar-se, a cada dia, melhor aparelhado e preparado para o futuro através de sua modernização. É o que menciona publicação da Agência Brasil, sobre o Ciclo de Palestras sobre Legislação e Políticas Públicas – evento promovido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizado em maio de 2022. Durante o encontro, lideranças do setor destacaram o andamento do Projeto de Lei 414/2021 que traz, como premissa, aprimorar o modelo regulatório e comercial do setor elétrico.

Para o engenheiro mecânico e especialista em automação, Lucas Marinho Mossia, a automação, que já é realidade na maioria dos ramos da indústria, permite que os processos de produção ganhem em eficiência e produtividade. “Seja por meio do menor tempo de produção, redução no desperdício de matéria-prima, menor quantidade de poluentes produzidos ou até por todos esses fatores trabalhando juntos, tornar um sistema de produção automatizado vai além do luxo”, afirma.

Para saber que caminhos a indústria nacional pode seguir, o especialista lista algumas práticas que o setor industrial pode adotar para que os temores de falhas na produção e consequente desabastecimento não se tornem realidade:

  1. Monitoramento em tempo real: trata-se do acompanhamento constante das operações e sistemas da indústria de energia usando sensores e dispositivos conectados. Isso permite identificar problemas imediatamente, tomar ações rápidas e evitar interrupções não planejadas, contribuindo para um funcionamento mais confiável e eficiente;
  2. Otimização de processos: refere-se à melhoria contínua dos processos industriais para maximizar a eficiência, minimizar desperdícios e otimizar a alocação de recursos. A automação pode analisar dados em tempo real para ajustar parâmetros operacionais e garantir um fluxo de produção mais suave;
  3. Previsão de demanda: usando análise de dados históricos e padrões de consumo, a previsão de demanda permite antecipar variações na procura por energia. Isso ajuda a planejar o fornecimento de forma mais precisa, evitando picos de demanda e garantindo a disponibilidade adequada de energia;
  4. Manutenção preditiva: através do monitoramento constante de equipamentos e sistemas, a manutenção preditiva usa análise de dados e algoritmos para prever quando uma máquina pode falhar. Isso possibilita a realização de manutenções preventivas no momento certo, evitando paralisações não programadas e prolongando a vida útil dos equipamentos;
  5. Redução de custos: a automação e otimização dos processos, aliada à manutenção preditiva e previsão de demanda, permite a redução de gastos operacionais. Isso acontece ao evitar desperdícios de energia, minimizar interrupções, otimizar o uso de recursos e melhorar a eficiência geral da indústria de energia;
  6. Integração de tecnologias: refere-se à combinação de diversas tecnologias, como IoT, inteligência artificial, análise de dados e sistemas de controle, para criar um ambiente coeso e colaborativo. A integração possibilita a troca de informações em tempo real entre diferentes partes do sistema, permitindo decisões mais informadas e uma operação mais eficiente e autônoma.

Mesmo assim, segundo Lucas Marinho, um problema recorrente que essa automação ainda enfrenta nas empresas é pelo fato de ser enxergado como custo, e não investimento. Vale ressaltar que o parque industrial brasileiro representa quase 23% do PIB do país e sua dependência por matrizes energéticas eficientes, limpas e modernas cresce a cada ano. “Quem tem o olhar voltado para o futuro e, desde já, se prepara para ele, está degraus à frente do concorrente”, completa o especialista.

MaceióBrasil