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Definição da bitola dos cabos elétricos exige cuidados específicos

De acordo com a COBRECOM, fabricante de fios e cabos de baixa tensão, para essa tarefa é essencial realizar o dimensionamento completo do projeto elétrico
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Os fios e cabos elétricos são os responsáveis por levar a energia desde o padrão de entrada, onde está localizado o medidor, até os pontos de utilização como as tomadas e as lâmpadas. O seu correto dimensionamento é fundamental, caso contrário poderão surgir problemas de segurança como sobrecargas, curtos-circuitos e até mesmo incêndios.

É justamente através do dimensionamento realizado no projeto elétrico que serão definidas as seções nominais (“bitolas”) dos condutores que serão usados em cada circuito elétrico. Em construções residenciais, esse trabalho deve estar de acordo com a norma técnica NBR 5410 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) sobre Instalações Elétricas de Baixa Tensão.

Para determinar qual a seção nominal dos cabos elétricos que deve ser usada em cada circuito, o professor e engenheiro eletricista Hilton Moreno, que também é consultor técnico da COBRECOM, explica que, em primeiro lugar, deve ser definida a corrente elétrica que irá passar pelo cabo e que é estabelecida pela potência da carga elétrica a ser alimentada por aquele dado circuito.

“A distância da carga elétrica até a origem do circuito também é muito importante. Além disso, a maneira de instalar o circuito (eletroduto, canaleta, enterrado, entre outros), a quantidade de circuitos agrupados e a temperatura ambiente no local da instalação são fatores muito importantes para o cálculo da seção nominal do cabo”, acrescenta Moreno.

O professor ainda esclarece que o tipo de cabo elétrico a ser utilizado em um dado circuito deve ser escolhido antes da realização do cálculo da seção nominal, pois isto tem influência direta na seção final do cabo.

“Por exemplo, para dois circuitos com a mesma corrente elétrica de projeto (carga), a seção nominal final de um circuito pode ser diferente quando se utiliza um cabo isolado em PVC, 450/750 V, 70 ºC em relação a um cabo isolado em HEPR, 0,6/1 kV, 90 ºC”, ressalta Hilton Moreno.

Além disso, para o correto dimensionamento do cabo de cada circuito é necessário aplicar simultaneamente cinco critérios: seção mínima, capacidade de corrente, queda de tensão, sobrecarga e curto-circuito.

De acordo com Paulo Sandrini Pozetti, instrutor técnico da COBRECOM, a utilização de fios e cabos elétricos com seções nominais inferiores ao que foi dimensionado no projeto elétrico pode comprometer a segurança da instalação, já que os condutores trabalharão sobrecarregados e haverá aquecimento maior do que a isolação do cabo pode suportar, o que pode gerar problemas como consumo energético maior, riscos de choques elétricos, curtos-circuitos e sobrecargas que podem gerar incêndios.

“Outro problema que aparece ao subdimensionar fios e cabos elétricos é que, ao entrar em regime de sobrecarga, a vida útil dos condutores reduzirá drasticamente. Além disso, haverá o aumento da queda de tensão no condutor, que pode resultar em mau funcionamento dos aparelhos eletroeletrônicos e de iluminação, além de motores, cargas de aquecimento, entre outros”, aponta Hilton Moreno.

Principais erros nesta etapa

A falta de um projeto elétrico dimensionado corretamente é o principal erro que pode resultar na especificação de fios e cabos elétricos com seção nominal (bitola) menor que o necessário para cada circuito.

Por isso, o proprietário da obra deve informar o autor do projeto quais equipamentos elétricos e quais eletroeletrônicos serão instalados na residência.

Segundo Hilton Moreno, em relação à escolha do tipo de cabo, o principal erro é o uso de condutores isolados (cabos 750 V) em condutos abertos (eletrocalhas sem tampa, leitos, etc.), pois pela NBR 5410, tais cabos somente podem ser utilizados nos condutos fechados, como eletrodutos e canaletas com tampa.

“Quando o assunto é dimensionamento, os principais erros são a escolha inadequada da temperatura ambiente, o esquecimento ou erro na escolha do fator de agrupamento, a não realização do cálculo da queda de tensão e a escolha errada do dispositivo de proteção contra sobrecorrentes”, completa o consultor técnico da COBRECOM.

O barato também pode sair caro na hora de definir e comprar fios e cabos elétricos, pois de nada adianta ter o melhor projeto de instalação elétrica se os materiais adquiridos não tiverem os requisitos mínimos estabelecidos nas normas. 

“A cultura do preço mais baixo também é um grande erro nesta etapa, pois pode levar a pessoa a comprar um produto sem certificação ou levar seções nominais abaixo das dimensionadas no projeto elétrico”, alerta Paulo Sandrini Pozetti.

Para acertar

Sempre compre os condutores elétricos com as seções nominais especificadas pelo engenheiro eletricista ou outro profissional responsável pela obra. Ao utilizar fios e cabos com as seções corretas, você terá uma instalação segura e sem os riscos de ter gastos a mais com a conta de energia elétrica por causa do aquecimento excessivo do material.

Hilton Moreno adverte: não basta ter os melhores fios e cabos elétricos se eles não forem dimensionados corretamente. De acordo com o profissional, a NBR 5410 define a seção mínima dos condutores para alguns tipos de circuitos. O de iluminação, por exemplo, é de 1,5 mm²; e para circuitos de força, que incluem tomadas, é de 2,5 mm².

“Também é importante contratar sempre um profissional competente para fazer o dimensionamento correto, sem utilizar qualquer tipo de gambiarras ou gatos e contratar o profissional eletricista que faça a instalação de acordo com a NBR 5410, com produtos e equipamentos de qualidade”, recomenda Pozetti.

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