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Inteligência artificial vai acabar com a profissão de contador?

Para Sandro Parreira, sócio-diretor da IRKO Campinas, a evolução da atividade vai gerar mais empregos; profissionais têm voltado sua atuação para um perfil mais consultivo, por meio da terceirização
Inteligência artificial vai acabar com a profissão de contador?
Inteligência artificial vai acabar com a profissão de contador?
Imagem: Inteligência artificial vai acabar com a profissão de contador?
Inteligência artificial vai acabar com a profissão de contador?

O avanço das inovações tecnológicas, em especial aquelas relacionadas à Inteligência Artificial, deve transformar o mercado de trabalho nos próximos anos. De acordo com relatório do Fórum Econômico Mundial, 23% dos postos atuais de trabalho serão modificados até 2027.

E entre as profissões mais afetadas por essas mudanças estão as relacionadas à contabilidade, segundo outro estudo, conduzido pela OpenAI e a Universidade da Pensilvânia.

“Sempre que há uma pesquisa sobre o tema, o que vemos é o contador no topo da lista de funções que serão extintas. E, de fato, a tecnologia pode ser uma ameaça relevante para os contadores se o foco for o modelo tradicional de atuação desses profissionais”, afirma Sandro Parreira, sócio-diretor do Grupo IRKO, à frente da IRKO Campinas. 

As novas plataformas já começaram a substituir o trabalho repetitivo feito pelos contadores, a exemplo dos lançamentos contábeis. “Em cinco anos, muitas das atividades que demandam grande tempo de execução vão desaparecer. Isso gera uma grande oportunidade para os contadores, que deixarão de apenas receber e processar dados e passarão a ser alguém que os transforma em informações relevantes para as companhias.”

Essa transformação já vem acontecendo, liderada pelas empresas que oferecem os serviços de BPO (Business Process Outsourcing), ou seja, a terceirização das atividades contábeis, fiscais, tributárias e financeiras das companhias. 

“A tecnologia ameaça tarefas repetitivas e que não agregam valor ao cliente. No caso dos profissionais de BPO, contudo, o que ela faz é garantir um serviço mais ágil e de excelência, dando espaço para que o contador assuma um papel consultivo e ofereça uma visão estratégica do negócio para seus clientes”, diz Parreira. 

Em um momento de desafios econômicos, como o atual, a terceirização do back office ganha ainda mais força, de acordo com ele. Isso porque ajuda os gestores a se concentrarem em sua atividade-fim, contribuindo para reduzir os custos do empresário – além de permitir a ele que conte com uma equipe experiente atuando em favor de seu negócio.

“Ajudamos nossos clientes a entenderem quais são as áreas mais e menos lucrativas de suas operações, para que eles concentrem seus esforços no que tem dado certo e enxerguem os desafios a serem superados. Com essa mudança de mindset, a IRKO Campinas por exemplo, triplicou de tamanho nos últimos três anos, e seguimos crescendo em ritmo acelerado”, afirma o sócio da IRKO Campinas. 

O impulso nas atividades do BPO se reflete em um momento positivo para a geração de empregos na contabilidade no país, na contramão das previsões. Dados divulgados pela Abrapsa (Associação Brasileira de Provedores de Serviço de Apoio Administrativo) mostram que, de 2010 a 2021, a taxa de emprego no BPO cresceu 149%, 11 vezes mais que a média nacional (13%). No mesmo período, o número de empresas no setor cresceu 55%. 

“A demanda por nossos serviços segue aumentando, com as mudanças constantes de regulação no Brasil e a necessidade dos gestores de enxergarem seus balanços em detalhes para fazer uma gestão melhor de seus recursos”, afirma Parreira. “Por isso, não apenas não acreditamos no fim da profissão do contador, como apostamos em seu avanço. Só será extinto quem ficar parado no tempo.”

MaceióBrasil