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UFAL vai oferecer bônus na nota do Enem de candidatos a vagas em medicina que cursaram ensino médio em Alagoas

Bonificação passa a valer a partir do Sisu 2023 e é exclusiva para medicina no campus em Maceió.
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Imagem: Universidade Federal de Alagoas (UFAL) — Foto: Reprodução/TV Gazeta

A Universidade Federal de Alagoas (UFAL) aprovou um acréscimo de 3% na média final do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para os candidatos a vagas no curso de medicina em Maceió que cursaram todo o ensino médio em Alagoas. A resolução aprovada pelo Conselho Universitário e assinada pelo retiro Josealdo Tonholo foi divulgada nesta sexta-feira (21).

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A Ufal também tem um curso de medicina no campus em Arapiraca, mas o bônus só é válido para medicina no campus em Maceió.

O pró-reitor de Graduação Amauri Barros explicou que a bonificação foi criada para reduzir a falta de médicos em Alagoas, já que, como o ingresso na UFAL é por meio do Sistema de Seleção Unificado (Sisu), cerca de 60% das vagas no curso de medicina são preenchidas por estudantes de fora do estado, que voltam aos seus locais de origem depois de formados, gerando carência de médicos em Alagoas.

“O curso de Medicina de Maceió é de ótima qualidade, tem conceito 5 e, por isso, recebe muitos alunos de outros estados. Nós temos estudos que mostram que em alguns anos a ocupação por estudantes de outros estados ultrapassou 60%. Então, eles vêm, se formam e voltam para o estado de origem. Receber esses alunos é muito importante dentro da nossa política de intercâmbio, de mobilidade no sistema nacional, mas precisamos resolver as desigualdades regionais e dar oportunidade aos nossos alunos”, destacou.

O bônus regional passará a valer para o Sisu 2023 e será aplicado para os candidatos inscritos na ampla concorrência. Amauri Barros reforça que essa política não é cumulativa e, portanto, os possíveis beneficiários da Lei das Cotas devem optar por apenas uma das ações afirmativas.

“Não estamos retirando ou suprimindo direitos, estamos ampliando oportunidades. Os estudantes de escolas públicas, cotistas de uma forma geral, já têm uma reserva de vagas de 50% e concorrem em outro grupo”, afirmou.

Carência de médicos em Alagoas

Um Grupo de Trabalho foi criado com representantes dos três segmentos da Faculdade de Medicina (Famed), Copeve, Assessoria Jurídica da Prograd e Corregedoria para pensar nas propostas até que a minuta da Resolução foi aprovada na Câmara Acadêmica, uma das instâncias superiores da Ufal, que integra o Conselho Universitário (Consuni).

O grupo considerou que, desde 2015, a Universidade já contempla o critério regional para os cursos fora de sede em Maceió e, principalmente, que existe desigualdade na distribuição de profissionais médicos entre as diversas regiões e estados brasileiros em que o Estado de Alagoas apresenta razão de médicos por mil habitantes bastante inferior à média nacional, e até mesmo em relação a estados mais próximos.

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“Alagoas tem 1,5 médicos para cada mil habitantes. Está na penúltima colocação do Nordeste, só perdemos para o estado do Maranhão. No Brasil esta relação é em torno de 2; a Europa trabalha com média superior a 3,0 médicos por 1000 habitantes e Cuba tem uma relação extraordinária de 100 médicos para cada 1000 habitantes. A nossa proporção é muito baixa, além disso, tem a concentração de médicos no litoral, nas capitais, então precisamos corrigir essa distorção. Essa ação afirmativa também é uma questão de saúde pública”, explicou Amauri Barros sobre os dados levantados pela coordenação do curso de Medicina e pela Prograd, baseados na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para a diretora da Faculdade de Medicina da Ufal, o acréscimo de 3% na nota dos estudantes que concluíram todo o ensino médio em Alagoas é uma política essencial para fixar os médicos no estado. “A iniciativa das cotas para alagoanos é muito bem-vinda, chega no momento certo, sob pena de, no futuro, continuar como estava, termos uma Alagoas com carência de profissionais da Medicina”, destacou.

Bônus de 3%

Segundo pró-reitor Amauri Barros, um estudo da Universidade identificou que o acréscimo de 3% na média final do Enem é suficiente para aumentar o número de estudantes de Alagoas no curso de medicina da Ufal.

“A gente fez isso com muito zelo, com muita responsabilidade. Nosso estudo identificou que 3% resolve o problema e, com isso, a chance é de ter a maioria absoluta das vagas ocupadas por alagoanos na ampla concorrência”, projetou Amauri Barros, adiantando que se for preciso, a resolução pode ser ajustada ao longo dos anos.

“Sabemos das dificuldades que vamos enfrentar com as ações judiciais porque este assunto não é pacificado, mas precisamos encarar e lutar para que isso seja regulamentado nacionalmente pelo MEC. Estamos usando nossa autonomia prevista na Constituição Federal e a legislação vigente sobre esta importante politica”, finalizou o pró-reitor Amauri Barros.

MaceióBrasil