O Serviço de Urologia da Santa Casa de Maceió iniciou o programa de cirurgia na bexiga por laparoscopia. A cistectomia laparoscópica pode remover parte ou todo o órgão doente, além de outras estruturas próximas, como próstata e glândulas seminais, no caso dos homens, e útero, ovário e parte da vagina, no caso das mulheres.
Minimamente invasiva, a cirurgia é realizada sob anestesia geral e pode ser feito por meio de um corte do abdômen ou vários cortes pequenos por onde passa um aparelho que possui uma microcâmera em sua extremidade para visualizar a pelve internamente.
“Além de ter benefícios como menos sangramento durante o procedimento, menos dor para o paciente, e retorno precoce às atividades diárias, a técnica também atua na questão estética. Em quatro horas, realizamos a cistectomia radical com a cirurgia para construção de um novo caminho para a armazenamento e eliminação da urina. É mais um importante passo que a instituição faz, ao trazer para Alagoas o que há de melhor para seus pacientes”, explicou o cirurgião e urologista Gustavo Mendonça.
O câncer de bexiga é considerado o décimo tipo mais comum no mundo, com cerca de 500 mil novos casos a cada ano. No Brasil, é um dos mais comuns do aparelho urinário, ocupando o sexto lugar entre os mais incidentes em pacientes do sexo masculino, com idade aproximada de 65 anos. “Cerca de 80% das vezes o tumor é superficial e fazemos uma raspagem na bexiga. Quando ele invade a camada muscular, a indicação é a retirada do órgão”, disse o especialista.
O tabagismo aumenta de 4 a 7 vezes a chance de desenvolvimento da doença. Para este ano, a previsão é de mais de 10 mil novos casos diagnosticados no país. A presença de sangue na urina, o que acontece em 37% a 62% dos pacientes, é um dos mais fortes indícios do problema. Há ainda sintomas menos frequentes, como dor nas costas, inchaço nas coxas, pernas e pés e presença de massa palpável na barriga.
“Sangue na urina pode ser confundido com causas inflamatórias, infecciosas e até com cálculos renais ou outras doenças benignas do rim, por isso é preciso ficar atento aos sinais que o corpo passa dar para que o tratamento seja o mais rápido e eficaz possível”, finaliza Mendonça.