A Liga Carnavalesca de Maceió emitiu um comunicado, pedindo apoio aos músicos e produtores de eventos carnavalescos, após o anúncio de cancelamento das festas, e propondo a realização de uma micareta, denominação dada no Brasil para um carnaval fora de época, nos dias 23 e 24 de abril na capital alagoana. A Liga reconheceu a necessidade do cancelamento das festas de fevereiro por causa do avanço da Covid-19, com a variante Ômicron, mas espera retomar os eventos de rua ainda este ano.
O presidente, Dinho Lopes, disse, em entrevista ao TNH1, que os representantes de blocos e produtores de eventos carnavalescos apoiam a suspensão das festividades no próximo mês, por pensarem em primeiro lugar na vida e na saúde da população, mas também procuram uma maneira de diminuir o prejuízo econômico.
Lopes afirmou que aguarda uma sinalização do Município de Maceió para que a micareta aconteça com os devidos protocolos sanitários exigidos, e ainda assim respeitando a avaliação, no mês de abril, do cenário da Saúde na capital.
“A gente vem de reuniões com o município desde outubro do ano passado, para tratar sobre o carnaval, mas não saímos dos encontros com definições. Nós reconhecemos que as festas em fevereiro devem ser canceladas, mas que em abril, com as condições sanitárias sendo avaliadas, possamos realizar o carnaval fora de época”, disse.
“Os músicos alagoanos foram prejudicados, os produtores culturais, então algo precisa ser feito, olhando também a cadeia produtiva do carnaval, para a geração de emprego, pois há uma mobilização. A Prefeitura também pode ajudá-los através de lives, também é uma saída. A proposta foi conversada e esperamos respostas”, completou.
Veja o comunicado da Liga na íntegra:
“Em concordância com os poderes públicos, a Liga Carnavalesca de Maceió veio a público recentemente, por manifestação do seu presidente em várias entrevistas, expressar o apoio ao cancelamento do pré-carnaval e carnaval de Maceió.
Adotamos postura coerente com todas as outras abraçadas desde o início da pandemia, sempre colocando a vida e a saúde da população em primeiro lugar.
Ao trilharmos por tal caminho, tínhamos consciência que a não realização destes eventos trariam enormes prejuízos aos produtores culturais e à cadeia produtiva do carnaval. Mesmo assim não vacilamos em tomar essa atitude.
Os prejudicados são muitos, mas algumas medidas podem ser adotadas pelo poder público para minorar a aflição dos que vivem de eventos e consideram o carnaval o maior deles. É preciso, principalmente, socorrer os maestros e seus músicos, sem esquecer da cadeia produtiva.
Para a Liga, com seus blocos e bailes, seria suficiente que os poderes públicos acenassem com a possibilidade da realização excepcional de uma “micareta”, nos dias 23 e 24 de abril, observando, obviamente, as condições sanitárias ideais para a realização de eventos de rua, principalmente.
Ao tempo em que propomos esse carnaval fora de época, nos colocamos à disposição da Prefeitura de Maceió e do Governo do Estado para encontrarmos a melhor forma de realizá-lo, sempre priorizando a vida e a saúde da população”.
