A experiente equipe da Santa Casa de Maceió comemorou, na quinta-feira (1º), o marco de 200 cirurgias robóticas. O número foi alcançado em menos de um ano da implantação do Programa de Cirurgia Robótica, que chegou ao hospital em 15 de fevereiro de 2023.
Com o auxílio do robô Da Vinci, já foram realizados procedimentos urológicos, de tórax, bariátricas, uroginecológicos e oncológicos. “Já tínhamos alertado quando fizemos a primeira cirurgia que o programa da Santa Casa já nasceu vencedor. Naquele dia 15, demos o pontapé inicial e hoje temos muito orgulho de, em menos de um ano, conseguir fazer a cirurgia de número 200. Isso é fruto da equipe que já existia, com profissionais treinados previamente. Também é fruto do engajamento de novas equipes, não só da urologia, do apoio irrestrito do hospital para que esse programa desse certo, e do engajamento da anestesia. Quem ganha com tudo isso é a população alagoana”, disse o cirurgião urológico Gustavo Mendonça, coordenador do Programa de Cirurgia Robótica da instituição.
Para alcançar um resultado tão expressivo é preciso uma equipe apta para manusear o robô Da Vinci X. “O Programa dispõe de profissionais experientes e adequados para os procedimentos robóticos. Tanto da parte dos cirurgiões, como da enfermagem e anestesia. São equipes privadas para tais procedimentos, onde é possível alinhar todos os detalhes”, disse a enfermeira da cirurgia robótica, Lysia Malta, ressaltando que a preparação para cada cirurgia é feita de forma direcionada com o cirurgião, sendo um dos principais pontos o posicionamento do paciente, que muda diante da especialidade.
“A cirurgia robótica é um procedimento complexo e a anestesia requer mais cuidado e atenção ao paciente, já que é um processo mais prolongado e os cuidados que já temos habitualmente em outros tipos de cirurgia, na robótica, são mais diferenciados. A monitoração é um dos pontos principais para que possamos dar o maior conforto ao paciente”, destacou a anestesista do Centro de Anestesia de Maceió (CAM).
“Extensão da mão do cirurgião”, o robô contribui para a segurança e eficiência da operação, já que evita possível tremor, dando acesso a áreas para movimentos mais sensíveis e delicados. O cirurgião controla as pinças a partir de um console, e tem o auxílio de um monitor que exibe a cavidade a ser operada, com imagens em 3D ampliadas em até 15 vezes, com alta definição.
A cirurgia robótica iniciou no Brasil em 2008. “É bem verdade que o programa na Santa Casa de Maceió foi iniciado em 2023, mas isso não quer dizer que os cirurgiões que atuam em Alagoas iniciaram sua curva há um ano. Muito ao contrário. Desde 2015 realizamos esse tipo de procedimento e hoje temos a felicidade de oferecer o tratamento aos nossos pacientes no Estado”, ressalta Gustavo Mendonça.
Especializado em cirurgia robótica e cirurgia oncológica no AC Camargo, em São Paulo, o cirurgião Flávio Teixeira está na Santa Casa de Maceió a menos de um ano. Ele não imaginava que já nos primeiros meses de estada em Alagoas teria a chance de incluir em sua rotina de trabalho procedimentos com o Da Vinci.
“Foi uma surpresa muito grande quando o Programa chegou a Alagoas, pois a gente sabe a superioridade que a cirurgia robótica traz para a técnica cirúrgica. Ela é uma revolução da cirurgia laparoscópica e, para quem faz os dois tipos, consegue ver bem a diferença entre elas. Com o Da Vinci, temos movimentos mais precisos, visão tridimensional, a simulação do movimento como se fosse um punho dentro do peritônio do paciente, o que facilita muito os movimentos para que a gente atinja melhores resultados, como também menos dor no pós-operatório, diminuir as chances de sangramento e até realizar procedimentos da mais alta complexidade com resultados com menos tempo de internação desses pacientes”, destacou Teixeira.