Receber o diagnóstico de câncer de mama é saber que muitos desafios terão de ser enfrentados até a cura. A retirada do seio é um deles. Na Santa Casa de Maceió, mastologistas atuam com enfoque na oncoplastica, ou seja, ao mesmo tempo em que tratam a doença conseguem realizar a cirurgia reparadora imediata do seio. O uso da prótese de silicone está entre os processos de reconstrução mais conhecidos para restaurar o volume da mama afetada. Nos casos em que não há tecido suficiente, o cirurgião pode utilizar retalhos de pele e músculo da própria paciente.
De acordo com mastologista Lígia Teixeira, a técnica utilizada dependerá de cada caso. “A reconstrução imediata pode ser realizada em pacientes que precisam de uma mastectomia (retirada total da mama) ou quadrantectomia (quando apenas parte da mama que foi afetada pela doença é retirada). O tempo cirúrgico varia e pode durar de três a sete horas. Vai depender se a cirurgia é unilateral, bilateral, se vai ter prótese ou retalho muscular”, explica.
A única contraindicação é a condição clínica da paciente. O tempo de recuperação da cirurgia reparadora imediata é mais prolongado. Em contrapartida, os ganhos para a saúde mental são imensos. “O mais importante é o pós-operatório da paciente, a autoestima recuperada. Falamos que a paciente já volta para casa com a mama dela, então não sente o impacto da perda desse órgão, que é tão simbólico e tão importe para a mulher. Sem dúvidas, o procedimento não é meramente estético, não é fútil. Ele atua como um poderoso recurso, principalmente emocional e funcional, pois aumenta a capacidade da mulher socializar mais facilmente. Elas se sentem mais seguras, mais empoderadas a voltar para o trabalho, a fazer exercício físico, que tanto recomendamos. Isso traz menor incidência de depressão nas pacientes que fazem a reconstrução imediata”, destacou a mastologista.
A Santa Casa de Maceió atende pacientes encaminhadas pelo SUS, convênio ou particular e oferta o tratamento completo da doença, desde o diagnóstico até a reconstrução. Após exames complementares e avaliação clínica, os especialistas decidem como o tratamento será iniciado: algumas começarão pela quimioterapia e só depois passam por cirurgia; outras podem iniciar pela cirurgia.
“Estamos discutindo a realização de um conjunto de cirurgias de reconstrução imediata para 2023. Esse mutirão contará com o apoio da indústria de próteses, e atenderá dez mulheres”, finaliza Lígia Teixeira.