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Pesquisadores da Ufal encontram seis contaminantes em amostras de água da Lagoa Mundaú, em Maceió

Coleta foi feita após peixes aparecerem mortos na noite de domingo (13). Entre as substâncias encontradas estão mercúrio e furacetamida. Resultado da análise foi enviado ao MPF.
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Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) encontraram seis substâncias contaminantes em amostras de água retiradas da Lagoa Mundaú, em Maceió, após peixes aparecerem mortos na noite de domingo (13). O resultado da análise foi divulgado nesta quinta-feira (17).

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Foram analisados 27 parâmetros e em 15 deles havia alteração. Os contaminantes encontrados são prejudiciais ao meio ambiente e à vida humana, segundo os pesquisadores.

“Nós encontramos a furacetamida, que é um pesticida altamente volátil, inodoro e que mata muito rápido os organismos. Nós encontramos tolueno também que está junto dos btex, é um solvente. E nós encontramos NPK, que está presente em fertilizantes e agroquímicos, que é nitrogênio, fósforo e potássio, em altos níveis. A junção desses produtos foi o que levou à morte desses animais”, disse Emerson Soares, professor e pesquisador da Ufal.

Centenas peixes foram encontrados mortos por pescadores e marisqueiras do Flexal de Baixo, no Bebedouro. Na segunda-feira (14), técnicos do Instituto do Meio Ambiente (IMA) também coletaram amostras em três pontos para verificar as condições da lagoa.

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Diante dos resultados, o pesquisador alerta para os riscos que os peixes podem oferecer à saúde caso sejam consumidos.

“Os peixes que estão ali e morreram estão contaminados, inclusive não só com esses componentes, mas também com mercúrio. Nós encontramos níveis de mercúrio, que é um metal pesado”, disse o pesquisador.

Apesar de identificada a causa da morte dos peixes, Emerson Soares disse que não é possível apontar a origem da contaminação, de onde teria vindo as substâncias.

“Aquela lagoa precisa urgente de um sistema de monitoramento para fazer essa rastreabilidade porque fica muito difícil saber a origem desses produtos, quem lançou por exemplo. A gente sabe que pode ser de origem a lavoura, de algum tipo de extração ou de algum produto, algum efluente industrial”, concluiu o pesquisador.

O laudo com os resultados da análise, feito por três laboratórios, foi enviado para o Ministério Público Federal com todas as informaões dos metais encontrados, dos pescados e também dos parâmetros utilizados.

O órgão informou que já existe um procedimento aberto de investigação para descobrir o que aconteceu na região.

MaceióBrasil