Responsáveis pela filtração das toxinas presentes no organismo, os rins são órgãos delicados com aproximadamente 12 cm e cerca de 150 gramas. Fatores genéticos e externos podem afetar suas funções e causar problemas crônicos ou agudos, obrigando o indivíduo a fazer uma terapia renal substitutiva. No mundo, cerca de 850 milhões de pessoas sofrem de Doença Renal Crônica (DRC), mais de 10 milhões só no Brasil. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), no País, mais de 150 mil pessoas fazem diálise.
Para auxiliar os pacientes de Alagoas, o Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Maceió passará a contar com equipamentos da B. Braun que proporcionam uma eliminação mais eficaz das toxinas acumuladas na doença renal crônica com a técnica de hemodiafiltração on-line ou HDF on-line.
“Podemos ofertar maior controle da anemia, do metabolismo do cálcio-fósforo, e ter menor intercorrências durante as sessões de hemodiálise. Em longo prazo, diminuir a ocorrência de eventos cardiovasculares, e, consequentemente, a redução de mortalidade”, disse o nefrologista da Santa Casa de Maceió, Rodrigo Peixoto Campos.
Apesar de parecida com a hemodiálise tradicional, já que a nova máquina utiliza o mesmo sistema de tratamento de água, e o paciente necessita ir ao hospital para sessões que duram em média 4 horas, realizadas três vezes por semana, o método HDF on-line, que utiliza um dialisador com maior eficiência e remove até 25 litros líquido do corpo em uma única sessão, consegue eliminar com mais eficiência toxinas urêmicas de médio e alto peso molecular, além de corrigir distúrbios no pH, sódio e potássio sanguíneos, excesso de água e reduzir os sintomas como inapetência, inchaço e falta de ar. Em virtude dessa alta remoção de líquidos do corpo, a própria máquina irá produzir um líquido livre de toxinas e repor ao paciente durante a mesma sessão, controlando assim, a quantidade de líquido corporal ao final da sessão.
O Brasil ainda utiliza muito pouco essa tecnologia. “Acredito que menos de 1% dos pacientes com doença renal crônica faz uso desse método no nosso país. Estamos apenas engatinhando se comparamos à Europa, aonde esse número chega a 25% dos doentes atendimentos. No Japão, cerca de 20% fazem tratamento de HDF online. O grande problema no país ainda é o custo, já que a máquina e os dispositivos utilizados nesse tratamento são mais caros, destaca o especialista da Santa Casa de Maceió.
Atualmente, o Serviço de Nefrologia atendente cerca de 160 pacientes com doença renal crônica em hemodiálise que são divididos em três turnos. Para pacientes graves internados em UTI que apresentam insuficiência renal, o hospital já realiza hemodiafiltração há mais de dois anos.