No bairro do Jacintinho, um dos mais populosos de Maceió, não é difícil se deparar com o som marcado da batida do hip hop ecoando entre becos e vielas. O movimento ganhou destaque na comunidade e tem revelado grandes talentos em todos os segmentos.
Mc Tribo, um dos destaques do cenário local, recebeu a equipe do Isso é Alagoas na laje da sede do projeto Favela Soul. O espaço se transformou em um pequeno palco com vista privilegiada de algumas praias da capital.
“A Favela Soul, antes de mais nada, é um grupo de amigos que tem o hip hop como instrumento principal da nossa música e da nossa arte”, disse ele.
É nesse espaço que Mc Tribo desenvolve suas músicas, encontra inspiração para suas composições e reúne outros artistas do bairro.
“O Hip Hop surgiu na minha vida quando eu era adolescente, através de escutar, de ouvir a música, através do rap. E depois eu percebi a potência que o hip hop era, uma cultura que envolve dança, desenho, a música. E quando eu percebi isso, consegui unir o hip hop à educação e perceber esse potencial pedagógico do hip hop foi a mudança na minha vida e hoje eu vivo do hip hop”, comemora o Mc.
O projeto Favela Soul também dá nome à banda, que surgiu em 2010 e tem como base o movimento. “Pra gente hoje, fazer parte da música alagoana, dessa galera que consegue resistir da música, que consegue mostrar o seu trabalho, mostrar que Alagoas tem de melhor da música autoral, independente da periferia, pra mim é tudo de bom”, frizou.
Segundo Mc Tribo, o projeto interage diretamente com a comunidade e tem atuações diretas em escolas, instituições e também na própria comunidade, com distribuição de alimentos e promoção de pequenos eventos para artistas locais.
O grafiteiro Rafa, conhecido como Inxame, também faz parte do movimento e tem deixado a localidade mais colorida.
“Eu comecei em um período que estava dando início à minha graduação de Arquitetura e Urbanismo, em 2015, e estou buscando me aperfeiçoar cada vez mais na minha arte e no meu conhecimento, tanto na questão técnica quanto conceitos e questões sociais”, disse o grafiteiro que conheceu a arte através de oficinas de hip hop.
O Dj Carlos PXT também é resultado do cenário musical do hip hop e comemora os frutos que já consegue colher de seu trabalho.
“Eu fui me interessando pelo equipamento, pela aparelhagem e sonoridade do rap e as técnicas dos DJs”, relembra ele.