Em números absolutos, de abril de 2020 a abril de 2021, 51 mil maceioenses conseguiram sair dos registros de pessoas endividadas com contas em atraso. Os dados do quarto mês do ano passado, apresentados na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência de Maceió (PEIC), realizada pelo Instituto Fecomércio, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), davam conta de que a capital alagoana tinha 97 mil pessoas nessa condição. Doze meses depois, com uma queda de 52,7% no índice, o levantamento contabilizou 46 mil consumidores em situação de inadimplência.
Outro dado expressivo, observado na variação anual, é a redução de 67,6% no número de inadimplentes que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso. Em termos absolutos, a queda apresentada pelo índice saiu de 59 mil para 19 mil pessoas nessa situação.
Para o assessor econômico da Fecomércio AL, Victor Hortencio, por estar mais cauteloso devido às incertezas com o cenário de pandemia e por sair menos de casa, o que provoca uma redução no consumo, o maceioense tem dado preferência a gastos com alimentação e outras despesas mais essenciais. “Mesmo com a renda afetada devido às dificuldades impostas pela pandemia, com um menor valor de benefício emergencial e pressões inflacionárias, os consumidores da capital alagoana estão conseguindo organizar seu orçamento doméstico, honrando seus compromissos financeiros”, concluiu.
TAXA DE ENDIVIDAMENTO
Em se tratando de consumidores com algum endividamento, seja por uso de cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal ou prestação de carro e casa, a pesquisa aponta que, com 59% dos residentes de Maceió nessa condição, já são nove meses de queda consecutivas no índice, sendo que, nos últimos doze meses, esse é o percentual mais baixo.
O levantamento mostra ainda que a taxa de endividamento de Maceió está abaixo da média das capitais brasileiras, que alcançou, em abril, 67,5%. O índice de pessoas com contas em atraso na capital alagoana (15,3%) também ficou abaixo da média nacional, que registrou 24,2%.
Contudo, de acordo com Hortencio, em termos absolutos, a variação mensal do número de endividados em Maceió, de março a abril, foi modesta, com queda de 2,3%, saindo de 183 mil para 178 mil pessoas. Enquanto que os consumidores com contas em atraso, que em março contabilizavam mais de 50 mil pessoas, em abril, eram 46 mil consumidores, com variação mensal de -8,49%.
FORMAS DE PAGAMENTO
Com leve variação negativa, de -1,05%, na comparação mensal, o cartão de crédito, que, em abril, foi utilizado por 94,2% dos maceioenses na aquisição de bens e serviços, permanece como o principal fator gerador de dívidas dos consumidores da capital alagoana.
Contudo, entre janeiro e abril de 2021, foi registrada uma redução de 3,68% no uso desse recurso. Apesar da queda, esse percentual ainda está acima da média das demais capitais do Brasil, que é de 80,9%.
Em relação às outras modalidades de endividamento de curto prazo, os carnês foram utilizados por 21,6% dos consumidores e o financiamento de carros foi contratado por 5,9% dos residentes em Maceió.