As incertezas econômicas causadas pelas taxas de desemprego e alta da inflação irão impactar na troca de presentes no Dia dos Namorados. De acordo com a pesquisa de Intenção de Compras realizada pelo Instituto Fecomércio AL, apenas 39% dos consumidores de Maceió pretendem presentear na data. É o menor desempenho da série histórica do Instituto, que iniciou este tipo de pesquisa em 2012 e vinha registrando uma média de 55% de intenções de compras.
Em comparação à 2019 (53,6%), última vez em que o levantamento foi realizado, pois em 2020 o período coincidiu com a paralisação da maior parte das atividades comerciais devido à pandemia do Covid-19 (coronavírus), a intenção de presentear recuou 27%. Apesar da queda, a data deve movimentar mais de R$ 32 milhões na economia de Maceió; um aumento de 14,28% em relação àquele ano.
Para o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio, o incremento econômico reflete o elevado custo de vida. “Como o consumidor vem sentindo a inflação com o aumento dos alimentos, combustível, energia, gás e outros custos, já sabe que gastará mais na compra do presente. Com isso, apesar de a intenção de compras ter recuado, o valor médio a ser desembolsado aumentou, resultando numa maior movimentação econômica na data”, avalia.
Para o presidente da Fecomércio AL, Gilton Lima, mesmo com uma perspectiva de venda abaixo da média dos anos anteriores, a data contribuirá para o estímulo das vendas e para melhorar o faturamento das empresas, que ainda sofrem os impactos da pandemia. “Compreendemos o desafio para se manter a saúde coletiva em segurança, mas o cenário ideal seria para o Comércio em plena atividade e os bares e restaurantes autorizados a funcionarem numa data tão significativa para nossa economia, pois disputa o terceiro lugar de vendas com o Dia dos Pais. Tudo com respeito às regras de distanciamento social”, ressalta.
Pesquisa
De acordo com o levantamento do Instituto Fecomércio AL, dos 60% dos entrevistados que não irão presentear, 27,78% disseram não ter a quem presentear; 17,65% estão mais cautelosos; 17,32% celebram de outra forma e 14,38% estão endividados. O desemprego (3,27%) e os cuidados devido à pandemia (9,48%) foram outros motivos citados. Já 1% dos consumidores ainda não se decidiram se comprarão mimos na data.
Entre os que optaram pela aquisição de presentes, 25,26% gastarão entre R$ 51 e R$ 100; entre R$ 101 a R$ 150, para 15,98%; entre R$ 151 a R$ 200, para 14,95%; e até R$ 50, para 12,89%. A pesquisa mostra que 6,70% dos entrevistados devem gastar acima de R$ 400 com presente e que 2,98% usarão a verba do Auxílio Emergencial. O tíquete médio será de R$ 176,56, movimentando pouco mais de R$ 17 milhões.
O Instituto Fecomércio também quis saber quantos presentes o consumidor pretende comprar e 80,90% foram taxativos em afirmar que comprarão apenas um. Já 13,57% vão escolher dois e, 2,51%, quatro. Itens de vestuário serão a opção para 25,51% dos apaixonados, seguidos de perfumes e cosméticos (18,37%), bijuterias/joias (9,69%), bolsa e acessórios (7,14%), livros (5,61%), calçados (3,06%), entre outros.
Ao contrário dos anos anteriores, quando o pagamento à vista em dinheiro era a opção da maioria, este ano a preferência será pelo o cartão de crédito/parcelado (50%), seguido da modalidade à vista via cartão de débito (28%), à vista em dinheiro (15%) e cartão de crédito/rotativo (7%). Para o economista, esta mudança de postura reflete a cautela. “As pessoas estão optando por planejar melhor as contas, usando o crédito, para poder fazer uma reserva financeira ante às incertezas atuais”, fala Hortencio.
Os entrevistados afirmaram que pretendem realizar suas compras em shopping (64,43%), internet (8,76%), lojas de rua/bairro/galeria (3,09%), Centro de Maceió (0,52%) e outros locais (22,16%). E em época de inflação em alta, o preço é o critério que leva a maioria a entrar em uma loja (31,96%), seguido das promoções (17,5%), qualidade dos produtos (13,92%), praticidade (10,31%), variedade (7,22%), conforto (3,09%), proximidade (3,09%), entre outros.
Comemoração
Como a pesquisa foi realizada entre 24 e 26 de maio deste ano, período no qual os bares e restaurantes estavam autorizados a funcionar aos finais de semana, bem como o acesso a praias e ao calçadão da orla estavam permitidos, foi questionado aos consumidores onde pretendiam celebrar a data. À época, dos 48% que afirmaram que iriam comemorar, 56,55% o fariam em casa mesmo; 12,76% optariam por restaurantes; 8,28% iriam viajar e 1,38% escolheriam hotel ou motel, enquanto 21,03% escolheriam outras formas. O tíquete médio em comemorações seria de R$ 161,32, o que representaria uma circulação em torno de R$ 15,6 milhões.
Considerando que o último decreto da Fase Vermelha terá validade até 10 de junho, caso haja mudança no próximo anúncio do Governo do Estado, há a possibilidade de os enamorados poderem celebrar a data em bares e restaurante da cidade.
Confira a íntegra da pesquisa aqui.