A Câmara de Maceió discutiu em audiência pública “O desenvolvimento de políticas educacionais voltadas à educação bilíngue, libreas e língua portuguesa”. Proposta pelo vereador Pastor Oliveira Lima (Republicanos), o encontro realizado, na última sexta-feira (25), teve como objetivo apresentar soluções para esse tema que garante a inclusão nas escolas.
A mesa de honra foi formada pela vereadora Silvania Barbosa (PRTB), juntamente com a Secretária Adjunta de Educação Emília Caldas, a Superintendente da AAPPE (Associação de Amigos e Pais de Pessoas Especiais) Iraê Cardoso, o Vice presidente da ASAL (Associação dos Surdos de Alagoas) Mateus dos Santos, a representante da educação bilíngue, Juliana Melo e o Professor de Libras da Universidade Federal de Alagoas, Jair Barbosa, a mesa de discussão foi composta, e variados temas em busca de direitos foram abordados. A vereadora Teca Nelma (PSDB) e Gaby Ronalsa (União Brasil) também participaram da discussão.
Em seu pronunciamento, o vereador Pastor Oliveira, destacou que a inclusão, em especial das pessoas surdas, por meio da língua de libras o mundo e o Brasil se comunica. Ele também se colocou como representante da causa para a ampliação da presença dos profissionais nos ambientes públicos.
“Quero aqui reforçar o meu compromisso de lutar, com todas as minhas forças, para que essa pauta seja ampliada pela prefeitura de Maceió. Eu, juntamente, com os demais vereadores somos defensores da inclusão e dessa língua que é tão importante. Queremos que as pautas da comunidade surda possam ter voz e vez. A educação foi atingidada de forma impactante na pandemia. Por isso, queremos ouvir a comunidade para levarmos as propostas e os pedidos para a gestão municipal, já que o prefeito JHC tem colocado a educação como prioridade”, disse Pastor Oliveira.
A secretária adjunta Municipal de Educação, Emília Caldas, apresentou detalhes da estrutura das escolas da rede municipal para atender a demanda estudantes surdos. Atualmente o município possui três escolas bilingues: Nosso Lar, Carmita Gama José Haroldo da Costa que está em fase de iniciação. Nas demais unidades, os alunos surdos comtam com o apoio de interpretes.
“O cenário municipal é o seguinte: contamos com 12 professores interpretes concursados que atendem a 20 alunos surdos. No ano pasado foram contratados mais nove professores interpretes que atendem a 12 alunos. No total existem 52 alunos surdos matriculados na rede municipal, sendo que outros 20 estudantes estão em lista de espera aguardando a contratação de novos profissionais”, apresentou Marluce.
Além dos integrantes da mesa de discussão, vários componentes das associações estiveram presentes para prestigiar esse momento. Um deles Mateus dos Santos, destacou a importância do debate para discussão e apresentação dos direitos, já que os surdos precisam ter acesso a educação para que possam ser incluídos no mercado de trabalho.
Com desafios enfrentados diariamente na educação em geral, trazer temas como esse reforça a necessidade da casa e da sociedade se envolver com a discussão. A troca de experiências e o conhecimento das necessidades ajuda na elaboração de projetos e políticas públicas que garantam o desenvolvimento educacional.
Com um trabalho diferenciado que atende pessoas em quase todo o Estado, Iraê Cardoso cobrou união e envolvimento com a causa. Ela convocou a classe política e a sociedade a conhecerem as ações desenvolvidas pela entidade que dirige para que abraçem as propostas pois elas suprem uma necessidade social que não são alcançadas pelos gestores públicos.
“Todos aqui têm força, mas sozinhos não irão conseguir nada. Vamos se unir para fazer acontecer. O Iris está de portas abertas de todos que queiram conhecer o nosso trabalho. Temos uma creche para crianças surdas do Brasil. Tenho crianças matriculadas mas não tenho verba”, desbafou Iraê.