Pesquisa do Instituto Fecomércio AL realizada em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) demonstra que o ritmo de final de ano repercutiu positivamente na capital alagoana e, em dezembro, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) marcou 95,5 pontos, sendo o maior patamar de todo o ano de 2021. O desempenho marca uma trajetória ascendente com um incremento de 6,4% comparado a agosto do mesmo, quando registrou a menor pontuação com 89,3 pontos.
Na variação mensal (nov/dez) houve um incremento de 2,5%, indicando uma tendência de recuperação, tanto que o desempenho de dezembro ultrapassou o do mês de março, até então a maior marca anual com 93,4%. O indicador mensura o grau de satisfação em termos de emprego, renda atual e capacidade de consumo e, embora tenha se mantido um ritmo crescente a partir de setembro, ainda permaneceu abaixo dos 100 pontos ao longo do ano.
Como tradicionalmente acontece no período, a crescente no consumo foi impulsionada pela renda extra advinda do 13º salário e das férias, reforçada pelas festividades de final de ano e pela alta temporada do turismo em Maceió. “Este conjunto de fatores pode ser somado à estabilidade no caso de óbitos e contaminações de Covid-19, até então sentida durante o segundo semestre de 2021, o que deu mais confiança às pessoas a frequentarem locais de consumo”, acrescenta Victor Hortencio, assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio AL).
Apesar de um cenário mais positivo, quando comparado dezembro de 2021 com o de 2020, 45,2% das famílias disseram estar comprando menos e 54,4% acham que o consumo tende a continuar menor.
Subíndices
De acordo com a pesquisa, o subíndice que mensura o grau de no emprego atual teve queda de -0,5, o que pode indicar estabilidade nesse quadrante, considerando que entre os meses de junho e novembro houve um saldo positivo de 8.812 postos de trabalho entre o volume de admissões e desligamento. “E em todos os meses do ano foram vistos saldos positivos da mesma forma. Apesar disso, segundo dados do IBGE, Alagoas ainda possui a quarta maior taxa de desocupação do Brasil com 17,1% da população desempregada”, diz o economista.
Também em queda, o subíndice de acesso ao crédito ficou -2,3 abaixo do registrado de novembro, reflexo da alta de juros que fechou o ano 9,25% – o maior patamar desde 2017 – e ainda mantendo a tendência de alta, segundo o Boletim FOCUS. “Essa alta da taxa impacta de forma decisiva na contratação de empréstimos no país e, como consequência, afeta a intenção de consumo de bens duráveis, que deve se manter estável ou com crescimento sem grande relevância”, explica Victor.