Apesar do crescimento ao longo do último semestre de 2021, a confiança do empresário está em queda neste início de 2022, em Maceió. A pesquisa do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) realizada pelo Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), indica uma retração de -1,3% em fevereiro passado. Apesar deste movimento, o indicador marcou 126,4 pontos, o que o mantém com pouco mais de 26 pontos acima da zona de satisfação e 10,1% mais otimista do que em fevereiro de 2021.
A confiança do empresário obteve queda generalizada em todas as regiões do Brasil, sendo a mais alta entre os comerciantes do Sul, com recuo de 1,7%, enquanto a média nacional ficou em -1,2%. A última vez que o pessimismo atingiu este patamar foi entre abril e maio do ano passado.
Para o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio, embora o indicador ainda permaneça otimista na capital alagoana, a confiança dos empresários vem recuando sensivelmente desde novembro de 2021, o que pode ser explicado pelos impactos da nova variante do vírus Covid-19, a qual causou uma nova onda de infecções a partir de dezembro do ano passado e, consequentemente, trouxe mais incertezas quanto aos rumos da economia nacional.
“Outra explicação, que não exclui a anterior, refere-se às condições conjunturais que envolvem a atividade comercial e industrial e o custo de produção, atingidos pelo encarecimento de insumos básicos como, por exemplo, a energia elétrica e os combustíveis”, avalia o economista ao ressaltar que a alta reflete a inflação vista no país nos últimos meses e que, em fevereiro, marcou 10,54% a.a, segundo o Banco Central.
Além destes fatores, a ausência das festas carnavalescas que ocorreriam no final de fevereiro contribuiu para o recuo no otimismo. “Muitos comerciantes já haviam se preparado e possuíam expectativas de aumentar seus lucros, mas como houve o cancelamento das festividades, isso acabou afetando negativamente a confiança dos empresários”, analisa.
Outros dados
Em termos gerais, dentre as subcategorias que compõem o indicador de confiança, apenas a de “Condições Atuais do Empresário do Comércio” apresentou variação positiva mensal de 4,3%. A subcategoria “Investimento do Empresário do Comércio” foi a que mais declinou, sendo impactado por seu subíndice “Indicador de Contratação de Funcionários”, que marcou uma variação mensal de -10,1%. Já a subcategoria “Expectativas dos Empresários do Comércio” declinou -1,1%.