A Sociedade Alagoana de Infectologia fez um alerta nesta quarta-feira (13) que o aumento de casos de meningite meningocócica (causada por bactérias) em Maceió já é considerado surto. Segundo a instituição, o número de casos confirmados de doença entre janeiro e julho deste ano já é o dobro do registrado em todo o ano de 2022.
Em nota, a Sociedade de Infectologia explica que o surto é caracterizado pelo aumento incomum no número de casos da doença em uma área específica e em um período de tempo determinado. O comunicado, entretanto, não detalha os números de casos confirmados de meningite.
A Secretaria de Saúde de Maceió informou que já recebeu o alerta da Sociedade Brasileira de Infectologia, mas esclarece que a equipe de Vigilância em Saúde de Maceió vem avaliando criteriosamente dados técnicos necessários para definir a situação epidemiológica na capital alagoana.
A meningite pode ser causada por várias bactérias, mas as principais são: meningococo e pneumococo. A meningite meningocócica em específico é causada pelos meningococos Neisseria meningitidis e pode afetar pessoas de qualquer idade.
Os principais sintomas de meningites bacterianas costumam aparecer em pouco tempo:
- Febre alta
- Mal-estar
- Vômito
- Dor forte de cabeça e no pescoço;
- Dificuldade para encostar o queixo no peito
- Manchas vermelhas espalhadas pelo corpo (em alguns casos)
Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), apontam que de janeiro a julho deste ano, já foram confirmados 41 casos de meningite na capital, sendo 7 de meningocócica; em todo o ano passado foram 33 casos confirmados, onde 2 foram de meningite meningocócica.
Nesse mesmo período, em todo o estado, foram registrados 29 casos e 5 mortes pela doença, números acima do que foi registrado no mesmo período anterior, quando foram 24 casos e 4 mortes, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.
Esse aumento de casos preocupa porque é no inverno que cresce o risco de contágio e essa sazonalidade pode refletir diretamente nos números do segundo semestre. A baixa vacinação também tem influenciado no alto índices de contaminação, é o que aponta o infectologista Renee Nascimento.
“A cobertura vacinal está aquém do necessário. A mortalidade tem ligação direta com o acesso tardio do paciente ao sistema de saúde. Por isso é necessário facilitar o acesso as UPAs e garantir vaga zero para os hospitais que tratam meningite. As campanha educativas também são importantes”.
Prevenção contra a meningite
O SUS oferece quatro tipos de vacina contra meningites bacterianas e qualquer pessoa pode se vacinar, criança, adolescente ou adulto. No entanto, a de sorotipo B está disponível apenas no sistema particular e custa, em média, R$ 500 a dose.