Apesar de o mercado de trabalho ainda contar com um volume maior de homens, principalmente, em cargos de liderança, percebemos um aumento progressivo das mulheres ocupando os mais diversos lugares. E, não só em volume e representação, mas também, influenciando estrutural e culturalmente no mundo dos negócios, trazendo novas formas de negociar, soluções alternativas e outros olhares para os desafios.
De acordo com a Consultora da Fundatec, formadora e mentora de líderes e negociadores há mais de 30 anos, Maria Regina Xausa, progressivamente o mercado vem valorizando as competências chamadas de soft skills. “Tu teres uma escuta ativa, uma percepção do outro, considerares o ritmo do outro, são soft skills que facilitam a negociação e são associadas ao universo feminino. Cada vez mais sim, as mulheres estão entrando no mercado de trabalho e se tornando excelentes negociadoras. E aí, utilizam outras competências que os homens não utilizavam”, comenta.
Esse movimento de mudança de paradigma no mundo dos negócios, está sendo percebido através das mulheres, porém, a especialista alerta que essas competências não devem ser atribuídas apenas a elas, mas que todo o bom profissional deve aprender a desenvolvê-las para alcançar o sucesso nesse novo cenário cultural e empresarial.
“Bem-vindo a uma mudança cultural que inclui competências de escuta, de negociação, de gestão de conflitos, de compaixão, de empatia nas relações humanas. Porque toda a relação humana é feita disso. Um homem que cresce e que não aprende a ser emotivo, a ter empatia, ele também está amputado. Precisamos desconstruir esses estereótipos do que é masculino e do que é feminino e pensar em um estereótipo do que é humano. Porque assim como os homens precisam ter essa sensibilidade, a mulher também precisa ser firme muitas vezes”, explica a consultora.
Para Xausa, essa mudança no trabalho é um reflexo da mudança cultural que está efervescendo no mundo, que é a busca por relações mais humanas e reais, a busca por sentido, pela qualidade de vida e pela autorrealização. “O trabalho está espelhando a vida. A vida está mostrando que um jeito que foi viável em um momento histórico, não é viável em outro. E para este momento, nós precisamos ser mais humanizados”, conclui.