O Tribunal de Justiça de São Paulo, suspendeu, nesta quinta-feira em caráter liminar, a falência da Livraria Cultura. Foi aceito um recurso dos advogados da empresa.
A falência havia sido decretada na semana passada, pois acordo com o juiz Ralpho Waldo de Barros, a Cultura, além de descumprir o pagamento de credores na recuperação judicial, não estaria dando sinais de superação da crise na empresa.
No entanto, de acordo com o recurso apresentado pelos advogados da empresa, a livraria tem cumprido com as obrigações da recuperação judicial e os eventuais atrasos foram causados por uma reestruturação interna no departamento financeiro e contábil. Além disso também afirmam que existe viabilidade econômica. Uma prova é que as vendas cresceram 63% em janeiro deste mês comparado ao mesmo período do ano passado na loja em São Paulo.
Antes da declaração de falência da Livraria Cultura, o setor das livrarias comemorava a retomada. De acordo com dados da Associação nacional de Livrarias, desde 2021 houve o surgimento de mais de 100 novas lojas físicas no país, atualmente a associação estima que há mais de 2.700 livrarias e a expectativa é de retornar em breve aos números de 2013, quando o país registrava 3.029 livrarias.
Para Haroldo Ceravolo, Diretor da Libre, Liga brasileira de Editoras de Livros, que reúne mais de 170 pequenas editoras, a falência da Livraria Cultura pode causar a monopolização do mercado de livros prejudicando todas as editoras do país. Haroldo falou uma ação que poderia ser tomada pelo poder público para evitar isso.
A Associação Nacional de Livrarias também foi procurada para comentar sobre a questão, mas a sua assessoria afirmou que como o processo de falência não foi finalizado, não irá comentar a respeito.