O aumento do preço dos alimentos e dos combustíveis, decorrente em boa parte da guerra na Ucrânia, um dos maiores produtores mundiais de grãos, e das sanções à Rússia, terceiro maior exportador de petróleo, provocou um protesto generalizado nas estradas do Peru. Os caminhoneiros começaram a fazer bloqueios nas principais rodovias no início do mês – produtores rurais, afetadas pela alta do custo de insumos como fertilizantes, produzidos em larga escala pela Rússia, aderiram ao movimento. O governo decidiu convocar o Exército para liberar o trânsito e, na última quinta, dia 7, anunciou uma resolução ainda mais drástica: foi decretado estado de emergência por um mês.
A medida vem provocando críticas no Congresso. Nesta segunda, dia 11, a parlamentar Patricia Chirinos, da oposição, apresentou uma denúncia contra o presidente Pedro Castillo, a quem acusa de “atentar contra a liberdade de milhões de pessoas”.
O governo peruano suspendeu os direitos constitucionais relativos à “liberdade de trânsito em território nacional, liberdade de reunião e liberdade de segurança pessoal” nas principais rodovias.
Os protestos, que começaram nas estradas, chegaram às ruas de Lima e outras cidades. Os manifestantes pedem melhorias no sistema econômico e social, além da renúncia do presidente. Enfrentamentos com as forças de segurança tiveram como saldo a morte de seis pessoa e pelo menos 15 feridos.
Fonte: Exame