A partir desta quarta-feira, 12, o preço médio da gasolina da Petrobras subirá de 3,09 reais para 3,24 reais por litro, enquanto o diesel subirá de 3,34 reais para 3,61 reais. A alta nos combustíveis foi uma das grandes responsáveis pela inflação de 2021 — que acumulou alta de 10,06% — e esse novo reajuste da estatal mostra que o problema do preço dos combustíveis não ficou para trás.
Entre os principais motivos desta alta, está o contínuo crescimento econômico mundial e novas altas na cotação do dólar em relação ao real em 2022. “O câmbio não vai ceder em um ano com uma eleição tão polarizada, isso cria uma instabilidade muito grande na economia, com mais inflação e instabilidade do real frente ao dólar”, diz ele. “Além disso, a ômicron não parece ser uma variante letal e se não aparecer outra variante haverá um certo crescimento econômico em 2022.”
A falta de oferta de petróleo nos principais produtores mundiais pode agravar ainda mais a situação global. “Os estoques da Opep estão acabando, estamos tendo uma quebra de cadeia de produção e ela não tem interesse em baratear o barril. Os Estados Unidos poderiam ajudar com mais petróleo, mas em 2020 o país parou de produzir. Como esta é uma produção demorada ele só conseguiria retomar no segundo semestre de 2023”. Nesta conta, há ainda os conflitos geopolíticos, como as ameaças de invasão da Ucrânia pela Rússia e as questões nucleares do Irã.
Em 1979, o mundo viu o segundo choque de petróleo mundial, consequência da diminuição da produção de barris devido à Revolução Iraniana. A falta do produto desencadeou uma enorme inflação e, para conter os preços, o então presidente do Federal Reserve Bank, Paul Volcker, subiu os juros americanos para 20%, o que levou a um desastre geral na economia mundial.
A situação vivida na atualidade é semelhante, mas em menores proporções. Durante a pandemia da Covid-19, os maiores fabricantes de petróleo diminuíram a produção de barris devido à baixa demanda durante os lockdowns. Agora, no entanto, com a retomada da economia, os países vivem os efeitos inflacionários da pressão da demanda sobre a oferta, e por isso o Fed se prepara para fazer três altas de juros ainda este ano para conter a alta de preços na economia.
*com informações da Veja