A equipe médica veterinária do Gabinete de Gestão Integrada de Políticas Públicas para Causa Animal (GGI-CA), atenta à saúde e bem-estar dos animais, faz um alerta à população sobre a leptospirose canina, que é uma das doenças que mais preocupam os tutores de cães, principalmente, durante o período chuvoso, que provoca o aumento da doença em todo o país.
A médica veterinária, Larissa Rocha, do GGI-CA falou sobre as características da doença.
“É uma doença infectocontagiosa, de caráter zoonótico (animal/homem), causada pela bactéria Leptospira. Naturalmente ocorre nos ambientes rurais e suburbanos das áreas semitropicais. A exposição à água em ambiente externo, terras úmidas e espaços públicos abertos são fatores de risco para transmissão da doença”, explicou a veterinária.
A veterinária também relatou que entre os hospedeiros da doença estão os ratos, que podem ter a bactéria no organismo sem que nenhuma doença se desenvolva. A relação com os roedores também explica o motivo do receio ser maior no período das chuvas.
A bactéria Leptospira é eliminada na urina e penetra no organismo através da pele lesionada ou intacta. A transmissão também ocorre através de feridas por mordedura, por contato venéreo (sexual), pela via transplacentária (prenhe – filhote) e pela ingestão de tecidos contaminados, solo, água, cama, alimento e outros objetos que os animais possam ter contato. Ela causa lesões em diversos órgãos, como rins e fígado. O desenvolvimento da doença depende de fatores como idade do pet, sistema imunológico e histórico dele, sendo que em casos mais graves pode levar à morte.
Uma informação importante é o papel do gato na doença, geralmente eles são afetados de maneira subclínica (não apresentam sintomas), mas podem eliminar a bactéria no ambiente por períodos variáveis após a exposição. Cães de qualquer idade, raça ou gênero podem desenvolver leptospirose se não forem previamente imunizados.
A leptospirose em cachorros é de difícil diagnóstico, de forma que os tutores devem levar o animal para uma avaliação profissional mais detalhada. O médico veterinário vai considerar o histórico e relato do dono quanto aos sintomas do animal e fazer uma avaliação física dele observando coloração, úlceras bucais e outros sintomas mais aparentes. Também será necessário a realização de exames complementares e testes sorológicos para diagnosticar a leptospirose canina, como exame de sangue e de urina.
O tratamento da leptospirose em cães varia de acordo com o estágio da doença, mas pode incluir medidas terapêuticas para combater a bactéria.
Destaca-se que a melhor opção é a prevenção que pode ser feita por meio da vacinação. As doses devem ser aplicadas regularmente a cada seis meses, seguindo o cronograma de vacinação do pet.
A leptospirose canina é uma doença séria e que deve ser tratada. A identificação precoce dos sintomas e encaminhamento do animal ao veterinário auxilia em um diagnóstico mais rápido e melhores chances no tratamento.