Estudos mostram que um a cada quatro idosos com 80 anos ou mais se queixam de insônia. Além da dificuldade de iniciar o sono ou de mantê-lo, despertar antes do desejado, a falta do sono reparador pode causar, ao longo do dia, fadiga, déficit de atenção e aumentar a propensão a acidentes e erros. Na aula desta semana do Grupo de Envelhecimento Ativo da Santa Casa de Maceió, o geriatra Davi Buarque fala sobre os efeitos da insônia nos idosos. Assista aqui.
O sono é um processo natural no qual há redução da consciência e das atividades corporais. É dividido em duas fases: o sono não-REM e o sono REM, que apresentam características e estágios diferentes. “Essas fases se alteram com o envelhecimento. Quando somos jovens, aprofundamos o sono e chegamos no sono REM, variando as fases ao longo da noite, mas, em geral, os adultos jovens quase nunca acordam no meio da noite. Ao envelhecer, começamos a ter menos tempo de sono REM e mais fases de despertar”, explica o médico.
O padrão do sono pode ser observado desde o nascimento. Os bebês precisam dormir quase o tempo todo. Já na idade da pré-escola, a média é de dez horas de sono, com um cochilo a tarde. Nos adultos jovens até os próximos aos idosos, o padrão se torna único, com seis a oito horas noturnas. Mas ao envelhecer, o padrão muda e volta ao pré-escolar, ou seja, o indivíduo tem um tempo menor de sono noturno que é compensado por cochilos durante o dia.
“É necessário fazer uma higiene do sono. Estabelecer horários para dormir e acordar, suspender fumo e álcool, e praticar atividades físicas de forma regular durante o dia podem ajudar a melhorar o padrão de sono noturno”, disse Davi Buarque.
PROJETO – A aula faz parte de um projeto gratuito e voltado a homens e mulheres com mais de 60 anos de idade. Em 2020, o curso presencial seria realizado para 240 alunos inscritos em turmas divididas nas segundas e quintas-feiras, no Centro de Estudos da Santa Casa de Maceió. Mas, em decorrência da pandemia, uma vez por semana, as aulas são disponibilizadas nas plataformas online.
O Grupo de Envelhecimento Ativo conta com o apoio da Divisão de Ensino e Pesquisa, médicos de várias especialidades, além de farmacêuticos, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e assistentes sociais da Santa Casa de Maceió, se revezam em aulas informativas que abrangem orientações sobre saúde e alimentação, sexualidade, tecnologia, direitos sociais entre outros.