Grandes centros de saúde no Brasil e no mundo dispõem de conselhos médicos multidisciplinares para aumentar o panorama sobre diagnósticos de pacientes. Na Santa Casa de Maceió não é diferente. Com o Tumor Board (TB), profissionais da cirurgia torácica, oncologia clínica, patologia, radioterapia, radiologia e medicina nuclear do hospital discutem casos complexos para a escolha do melhor tratamento embasada na opinião multiprofissional.
O cirurgião torácico e diretor médico da instituição, Artur Gomes Neto, e os oncologistas clínicos Divaldo Rodrigues Alencar e Andrea Albuquerque estão entre os especialistas que coordenam as reuniões que abrem espaço para uma segunda opinião médica. No TB, são discutidas a melhor sequência de tratamentos, a necessidade ou não de cirurgia e, quando não se percebe um benefício adicional, qual é a hora de cuidar do paciente sem submetê-lo a mais um tratamento invasivo.
As reuniões são semanais com casos apresentados e discutidos pela equipe seguindo os três pilares do tratamento do câncer: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. “As decisões são compartilhadas entre as especialidades e meu papel é definir quando o tratamento com medicamentos (quimioterapia, imunoterapia ou terapias alvo) são indicados. Os ganhos são para o todo, tanto médicos, por compartilharem os conhecimentos, mas sobretudo para os pacientes por se beneficiarem de condutas que foram individualizadas e tomadas por uma equipe multiprofissional especializada”, disse a oncologista clínica, Andrea Albuquerque.
Para implantar o Tumor Boards é necessário que a instituição possua uma diversidade de especialistas capazes de opinar sobre os casos apresentados. Referência em Alagoas, a Santa Casa de Maceió estuda a ampliação dessas reuniões para atender casos difíceis de outras doenças oncológicas. “Desconheço outro hospital de Alagoas, que trate câncer, faça esse tipo de abordagem regularmente. Começamos na Santa Casa de Maceió com a cirurgia torácica, mas vamos estender para toda a oncologia. Entendemos que assim poderemos encontrar a melhor conduta para o paciente, ao avaliar, de forma antecipada, questões específicas de cada caso”, explicou Artur Gomes Neto.
Dentro das reuniões, os especialistas têm a liberdade de adentrar na área do colega médico para discutir a melhor abordagem. “Com o Tumor Board acabamos ampliando o campo de visão, já que todas as especialidades atuam conjuntamente na ideia de sanar casos complexos com a terapêutica mais atual e efetiva para aquela situação. Para o paciente é um recurso muito importante, e para o hospital significa ganho em qualidade de assistência”, destaca Divaldo Rodrigues Alencar.