O índice de crianças vacinadas contra a Covid-19 ainda é considerado baixo. Apesar dos números terem melhorado, o crescimento ainda é lento por conta de muitas dúvidas e informações falsas que circulam em redes sociais que deixam pais, mães e responsáveis com dúvidas a respeito da segurança e eficácia da vacina.
Uma das principais dúvidas é se a vacina é necessária em crianças que já tiveram Covid-19. O médico Renée Oliveira, infectologista do PAM Salgadinho, em Maceió, responde:
“Imunidade pós Covid, que chamávamos de imunidade de rebanho ou imunidade coletiva pós doença, não existe por muito tempo. É diferente de doenças que tínhamos no passado, como a catapora, que é a varicela, sarampo, que dá uma imunidade muito mais duradoura. Com o Coronavírus, fala-se em torno de quatro a seis meses de imunidade. Uma criança que teve Covid recentemente não ultrapassará esse período de proteção. Aparecendo uma nova variante, como a Ômicron agora, essa criança vai correr o risco, diante de uma exposição, de ter Covid de novo. O que podemos falar é que a proteção dupla, vacina mais Covid, dá uma imunidade muito mais robusta, principalmente em relação às variantes novas. Por isso, é extremamente importante: a criança teve Covid, aguarda 30 dias e aplica a vacina, conforme o órgão regulador orienta.”
O especialista enfatiza que “as vacinas passaram pelas fases de estudos – fase 1, 2 e 3 – e a fase 3 foi a que determinou que as vacinas eram funcionais realmente”.
Se a criança teve contato com alguém com Covid, mas não teve sintomas, ela pode ser vacinada ou é preciso fazer o teste?
“É o mesmo raciocínio para o adulto que teve contato com outra pessoa sabidamente com Covid. Tem que ser um contato demorado, mais de 15 minutos, sem máscara e mais uma série de detalhes que a gente precisa observar. Mas digamos que a criança teve um parente na sua casa com Covid e não tem sintomas, o que fazer? Aguardar pelo menos cinco dias, ver se a criança vai desenvolver alguma sintomatologia para Covid e, como garantia, pode fazer o teste, se for possível. Dando negativo, pode vacinar.”
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