Com a chegada do inverno, historicamente aumentam os casos de doenças respiratórias entre as crianças. Diante desta realidade, o pediatra Márcio Macêdo, que atua no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, alerta sobre as medidas para prevenir problemas como a bronquiolite, asma e a pneumonia, principalmente em crianças de zero a três anos de idade.
Marcio Macêdo recomenda a todos os responsáveis pelas crianças, principalmente menores de três anos, que evitem, principalmente neste período de Inverno, a exposição a locais com aglomeração de pessoas, que continuem higienizando as mãos, seguindo a dieta balanceada que fortaleça a imunidade e, principalmente, jamais ignore os sinais. Ele conta que tem sido frequente a piora rápida dos quadros clínicos e isso tem gerado preocupação entre os profissionais que atuam nas emergências pediátricas.
“É uma evolução tão rápida que por vezes nos deixa impressionados. Certo dia, por exemplo, chegou um bebê com bronquiolite e, quando fizemos o exame de raios-x no pulmão, identificamos uma pneumonia, que logo gerou complicações, como o derrame pleural e até sepse. Ou seja, o descuido e o não tratamento imediato, tem resultado em internamento”, salienta o pediatra do HGE.
Constatação
A. J. S. S., tem apenas dois meses de vida. Ele nasceu em uma maternidade maceioense e sua mãe, de 14 anos, afirma que tentou protegê-lo em casa o máximo que pode, inclusive restringindo o contato somente às avós e ao pai. Apesar desse cuidado, ela lamenta não ter conseguido evitar o surgimento dos sintomas gripais, que evoluíram para um desconforto respiratório e gerou a bronquiolite. Sem saber mais o que fazer, decidiu procurar um hospital.
“Em casa fiz lavagens para desentupir o nariz dele, tentei seguir as recomendações do médico, mas não consegui deixar de levá-lo a um hospital. Como moramos na Chã do Pilar, primeiro buscamos o hospital da nossa cidade, que nos transferiu para o HGE. Aqui estamos recebendo um bom atendimento, tanto que já percebo a melhora; ele está bem mais calmo”, relata a menor.
O HGE é porta aberta 24 horas para a Urgência e Emergência Pediátrica. Em relação aos quadros respiratórios, é preciso a busca por cuidados especializados quando a criança estiver com febre, respiração rápida ou dor para respirar e falta de ar. Também são necessários os cuidados em casos de descontrole de diarreias, vômitos e desidratação; quedas com ferimentos profundos; fraturas; engasgos com perda da respiração; convulsões; sonolência excessiva sem explicação; irritabilidade sem causa aparente; desorientação; e dores intensas.
Dados
De janeiro a junho deste ano o HGE já assistiu 6.885 crianças, com idades de 0 a 13 anos. Deste total, 81,8% apresentaram casos clínicos, 13,7% foram vítimas de acidentes casuais e 4,5% outras ocorrências. No ano passado, nesse mesmo período e faixa etária, foram 7.071 atendimentos, sendo 80,3% com casos clínicos, 16,1% acometidos por acidentes casuais e 3,6% internados por outros problemas de saúde. Entre os casos clínicos, além das doenças respiratórias, também estão, entre outros, as intoxicações, os afogamentos e as infecções.