O Brasil é um dos países que implementaram a política para banir o uso de gordura trans nos alimentos a partir de 2023. A norma, aprovada em dezembro de 2019 , foi dividida em três etapas, para reduzir gradualmente o ingrediente até chegar à proibição pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), válida desde primeiro de janeiro deste ano.
A decisão é motivada pelos prejuízos causados à saúde. Estima-se que 5 bilhões de pessoas em todo o planeta estão expostas aos males provocados pela gordura trans. É o que aponta um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), que em 2018 pediu a eliminação global da gordura trans produzida industrialmente com a meta definida para 2023.
O consumo deste tipo de gordura, presente em bolos, biscoitos, alimentos processados e óleos de cozinha, é responsável por até 500 mil mortes por doenças do coração a cada ano.
Mas, afinal, o que é a gordura trans e por que ela faz mal à saúde?
O médico cardiologista Marcelo Cantarelli explica que se trata de uma gordura produzida artificialmente.
“O problema da gordura na alimentação vem de uma invenção humana de transformar um óleo vegetal em uma gordura sólida pra se utilizar no preparo de alimentos, um processo chamado de hidrogenação. E essa gordura trans recebe o nome de gordura vegetal hidrogenada, e é essa que vai levar aos problemas se ingerido”.
“A gordura trans leva ao acúmulo de colesterol na parede das artérias, provocando angina, infarto, derrame e aumentando os níveis do colesterol ruim. Ela baixa também o colesterol bom, que protege contra os efeitos do colesterol ruim. Além disso, leva à formação ou à piora do diabetes”.