Receber o diagnóstico de câncer de mama é um momento difícil, mas que pode ser amenizado. A medicina, principalmente a mastologia e a oncologia, mudou para melhor e as mulheres dispõem de novos recursos no setor cirúrgico com procedimentos menos mutilantes, onde a mama é preservada, bem como de uma tecnologia mais avançada para o tratamento radiológico, quimioterápico e com drogas alvo.
O Serviço de Mastologia da Santa Casa de Maceió conta com uma equipe com vários especialistas qualificados do Brasil. Entre eles, o especialista João Aderbal Raposo de Moraes, coordenador do Serviço e membro da Academia Brasileira de Mastologia (ABMasto), que destaca que tais avanços têm elevado a sobrevida das pacientes no mundo inteiro. “É previsto que tenhamos 2,1 milhões de casos no mundo, com cerca de 680 mil óbitos, até o final do ano. Só nos Estados Unidos, já são 280 mil casos somados a 45 mil casos carcinomas não invasivos, mas com a prevalência das mulheres que tiveram a doença de sobreviver e voltar a exercer suas atividades, mesmo nos casos com metástase, pois elas têm sua doença controlada e conseguem ter uma vida ativa”, disse.
O autoexame é uma arma de autoconhecimento, mas o exame físico do médico e a mamografia, especialmente aquela após os 40 anos, são essenciais para o diagnóstico precoce e correto da doença. A mamografia, aliás, é o exame de rastreio utilizado nos países que dispõem de programas muito corretos. Estados Unidos e Canadá são dois do que acham mais casos, no entanto, de 90 a 95% são curáveis ao longo de cinco anos.
Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), apontam que o Brasil terá até o final de 2021 cerca de 68 mil caos; destes, 620 em Alagoas, e 290 em Maceió. “É interessante saber que o câncer de mama é uma doença heterogênea, ou seja, tem comportamentos distintos entre os indivíduos. Por isso, dar a informação que se tem um câncer de mama é algo simplista. Para que se inicie o tratamento é fundamental que se tenha dados precisos da biopsia, pois eles vão caracterizar que tipo de tumor aquela mulher tem”, ressaltou o mastologista João Aderbal.
Ainda de acordo com o especialista, a doença pode voltar (a chamada recidiva) e um novo tratamento será iniciado. “O câncer pode voltar para a mesma área, em um segundo primário (mais frequentemente na mama contralateral), ou em outros tipos de câncer ligados ao fator genético ou ao próprio tratamento. Mas o que temos que levar para essa mulher é a palavra de esperança e segurança. Ela precisa saber que tem uma chance muito grande de ficar curada. No estado zero, 99% de chances. No estado 1, cerca de 90%. Aqui no Brasil a situação é de 50 a 60% dos estados avançados. O problema não é só diagnosticar, mas fazê-lo precocemente”, finaliza.
CACON – A Santa Casa de Maceió destaca-se nacionalmente por todo um trabalho multidisciplinar. Na Rede SUS, o hospital é o maior Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) de Alagoas, preenchendo a maioria dos quesitos do caderno de encargos do Ministério da Saúde e do INCA. A instituição também dá assistência a 16 convênios e pacientes particulares.