No Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, o pedreiro Pedro Avelino, de 58 anos, encontra-se internado devido a complicações renais agravadas pela hipertensão, condição que o acompanha há mais de 20 anos e resultou em sua cegueira crônica. Neste Dia Mundial da Hipertensão, a cardiologista Ana Cely Setton destaca a gravidade da doença, que afeta diversos órgãos.
A hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta, é uma condição que afeta os vasos sanguíneos, o coração, os pulmões, o cérebro, os olhos e pode levar à falência renal, alerta a especialista. Embora seja comumente associada a riscos cardíacos, a hipertensão pode causar danos irreversíveis a outros órgãos, como Acidente Vascular Encefálico (AVE), insuficiência renal e miocardiopatias.
A pressão arterial elevada é um dos principais fatores de risco para problemas cardiovasculares, incluindo infarto e aneurisma, explica a cardiologista Ana Cely. O aumento da pressão torna os vasos sanguíneos mais rígidos, prejudicando a circulação adequada de sangue, que é responsável pelo transporte de oxigênio e nutrientes no corpo. O cérebro, por exemplo, necessita de um fluxo sanguíneo contínuo para seu funcionamento adequado e pode ser afetado pela falta de oxigenação.
Consequentemente, o órgão pode perder progressivamente suas funções, levando a problemas de cognição, memória e concentração, além de aumentar o risco de acidente vascular cerebral. A hipertensão também é uma das principais causas de insuficiência renal, pois a redução do fluxo sanguíneo para os rins compromete sua capacidade de filtrar substâncias e eliminar impurezas do organismo. Os vasos sanguíneos que chegam aos rins se tornam mais rígidos e estreitos, resultando em uma menor quantidade de sangue, o que dificulta a eliminação de substâncias prejudiciais, como o sal.
A hipertensão também pode afetar os olhos, causando alterações na retina conhecidas como retinopatia hipertensiva. Nessa condição, os vasos sanguíneos se estreitam ou tornam-se rígidos, o que pode levar a hemorragias e descolamento da retina, podendo levar à cegueira.
A hipertensão arterial é uma doença silenciosa, que geralmente não apresenta sintomas. Além da predisposição genética, maus hábitos como tabagismo, excesso de peso, sedentarismo, má alimentação e consumo excessivo de álcool podem contribuir para o seu desenvolvimento.
Para prevenir o problema, a cardiologista recomenda a prática regular de exercícios físicos, pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana, além de adotar uma alimentação equilibrada e evitar o consumo de álcool e tabaco. É igualmente importante realizar medições periódicas da pressão arterial para detectar precocemente a hipertensão e evitar que ela prejudique outros órgãos.
A cardiologista destaca que sintomas como dor de cabeça, dor na região da nuca, náuseas, vômitos, tonturas e palpitações podem ocorrer durante uma crise hipertensiva. Portanto, é fundamental ter consciência de que a prevenção é sempre uma escolha sensata, com resultados satisfatórios para uma vida saudável. Além disso, o acompanhamento médico e as mudanças positivas nos hábitos de vida são fundamentais para a manutenção da saúde e da qualidade de vida.
A hipertensão arterial é diagnosticada quando a medida da pressão se mantém frequentemente acima de 140 por 90 mmHg. Embora não tenha cura, a doença pode ser controlada por meio de tratamento adequado. Cada paciente requer uma abordagem individualizada, sendo necessário consultar um médico para determinar o melhor método de tratamento. Além dos medicamentos disponíveis, é imprescindível adotar um estilo de vida saudável.
Segundo a cardiologista Ana Cely Setton, ter bons hábitos alimentares, manter-se bem hidratado e praticar atividades físicas de acordo com a capacidade individual, juntamente com a avaliação de um cardiologista, são essenciais para prevenir doenças cardíacas, incluindo a hipertensão arterial.