Um relatório divulgado, pelo Manchester Biomedical Research Centre (BRC), no Reino Unido, revelou que um dos efeitos colaterais do coronavírus pode ser a perda de audição e zumbido nos ouvidos. A pesquisa foi resultado de 24 estudos e demonstrou que 7,6% dos pacientes pesquisados relataram terem sofrido de perda de audição. Outros 14,8% sentiram zumbido após contraírem o vírus. Nenhum dos pacientes possuia histórico de problemas no ouvido.
Um segundo estudo observou que uma quantidade significativa de pessoas desenvolveu zumbido pela primeira vez ou percebeu que seus sintomas pioraram após serem diagonosticados com Covid-19. A pesquisa foi realizada também no Reino Unido, pela British Tinnitus Association em parceira com American Tinnitus Association. Segundo o levantamento, 40% dos pacientes que já possuíam queixas auditivas prévias, em especial zumbidos, e tiveram sintomas do coronavírus, apresentarem, simultaneamente, piora no quadro.
Pacientes assintomáticos da doença também tiveram diminuição da capacidade auditiva, conforme exposto em um estudo realizado por pesquisadores da South Valley University, no Egito. De acordo com a pesquisa, que comparou pacientes assintomáticos com não infectados, os limiares de alta frequência na audiometria e as amplitudes das Emissões Otoacústicas Evocadas Transientes (EOAT) foram significativamente piores nas pessoas diagnósticas com a doença.
Um caso registrado no American Journal of Otolaryngology (EUA) apontou um paciente assintomático com Covid-19 que apresentou perda súbita de audição três dias após o diagnóstico positivo. Testes laboratoriais e radiológicos não mostraram qualquer anormalidade que pudesse explicar a causa, exceto PCR positivo para a doença.
A recomendação de especialistas é que as pessoas procurem ajudar médica no primeiro sinal de desconforto auditivo. “É importante procurar um médico otorrrinolaringologista ou um fonoaudiólogo o mais rápido possível para uma avaliação audiológica completa. Isso inclui audiometria de altas frequências, audiometria vocal, imitanciometria e acufenometria. Esses exames vão orientar o especialista para um tratamento adequado”, aconselhou a fonoaudióloga Rafaella Cardoso.
Fonte: Jornal Opção