Como se não bastasse inúmeros problemas acarretados pela pandemia no novo coronavírus, agora surge um novo alerta: um verdadeiro surto de terçol, nome popular do hordéolo, aquela bolinha na pálpebra parecida com uma espinha que causa dor, vermelhidão, coceira e inchaço palpebral.
Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier, na última semana o número de casos atendidos no hospital aumentou consideravelmente. O calor contribui para a formação do terçol por aumentar a oleosidade da pele e facilitar a propagação de bactérias. “Aquela bolinha dolorida na pálpebra é uma inflamação das glândulas de zeiss e moll que ficam na base dos cílios. Quando a infecção atinge as glândulas de meibômio que produzem a camada oleosa da lágrima forma o calázio”, afirma.
O oftalmologista explica ainda que, ao contrário do terçol, que pode desaparecer espontaneamente em 7 a 10 dias, o calázio frequentemente necessita de intervenção cirúrgica. Isso porque, a obstrução forma um granuloma que pode atrapalhar a visão.
O especialista ressalta que o aumento dos casos de terçol na pandemia está relacionado ao mau uso de máscaras. ”O desajuste na parte superior da máscara faz com que o ar que soltamos pela boca e nariz seja direcionado aos olhos. Isso resseca a lágrima e contamina a região dos olhos com as bactérias que colonizam nosso sistema digestivo, o microbioma, formando um ambiente perfeito para o desenvolvimento tanto do terçol, como do calázio”, explica. Pior: O olho seco predispõe à blefarite, inflamação crônica da pálpebra que provoca terçol recorrente, salienta. Outras causas do terçol são a rosácea, dermatites, maquiagem de baixa qualidade ou vencida, compartilhamento de produtos de beleza, aplicação de maquiagem na borda interna da pálpebra inferior.
Tratamento
Tanto para o terçol quanto para o calázio a recomendação é aplicar nos olhos por 15 minutos compressas mornas feitas com gaze e soro fisiológico. Não desaparecendo a inflamação é necessário consultar um especialista para indicação de colírio. Ele adverte que o uso de corticoide em infecção pode piorar o quadro. O médico ressalta que a receita caseira de aquecer uma aliança e colocar sobre a pálpebra pode causar queimadura e reinfecção por falta de esterilização da aliança. “Nada de tratamento de choque.
Prevenção
Já quando o assunto é prevenção as principais recomendações para evitar tanto o terçol como o calázio são: usar antisséptico bucal para reduzir o risco de alteração da flora dos olhos pela respiração, lavar a máscara diariamente e troque sempre que ficar úmida, evitar ajustar a máscara a todo momento, usar uma fita micropore na parte superior da máscara para evitar que sua respiração seja direcionada aos olhos, lavar as mãos com frequência e evite tocar os olhos, lavar as pálpebras e base dos cílios com xampu de PH neutro, como os infantis; higienizar as mãos com frequência e evite tocar os olhos, retirar toda a maquiagem dos olhos antes de dormir, evitar maquiar a borda interna das pálpebras, descartar as maquiagens vencidas, não compartilhar maquiagem e outros cosméticos e consultar um oftalmologista em caso de recidivas de terçol ou calázio.
Fonte: Novo Dia
