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Câncer de pulmão tem crescido entre não fumantes

Fatores como poluição, fumo passivo e exposição ao gás radônio estão ligados ao aumento da incidência da doença nesta população
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O câncer de pulmão é o câncer que mais mata no mundo. Cerca de 80% a 90% dos casos têm no fumo a principal causa, embora nos últimos anos tem se observado um aumento crescente de diagnósticos em pessoas que nunca fumaram.

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Para a oncologista clínica da Santa Casa de Maceió, Andréa Albuquerque, isso levanta alertas sobre outros fatores de risco, como a poluição atmosférica, principalmente nas grandes cidades; fumantes passivos, que têm um risco 20 a 30% maior de desenvolverem o câncer de pulmão quando comparadas às pessoas que nunca fiz fumaram; a presença de mutações espontâneas; e a exposição ao gás radônio emanado de solos ricos em minérios, como urânio e rádio, mais encontrados em países do norte Europeu e América do Norte, bem como aqui no Brasil, em regiões como Minas Gerais e Bahia, onde as altas concentrações de radônio estão associadas a um maior número de casos registrados.

Existem algumas características diferentes entre os tumores que surgem no pulmão dos fumantes e não fumantes. Os que mais incidem entre os fumantes são os carcinomas escamosos, que se originam das células que revestem as vias aéreas. Neles, sintomas como tosse e tosse seguida de sangramento são mais precoces. Já os tumores que mais incidem em não fumantes são os adenocarcinomas. Eles se originam fora das vias aéreas e, geralmente, cursam com sintomas mais tardios, “levando muitas vezes a diagnósticos em fases mais avançadas ”, explica a especialista.

Em grandes centros de tratamento oncológico, como a Santa Casa de Maceió, a utilização de ferramentas diagnósticas mais modernas tem permitido que as terapias sejam direcionadas aos pacientes de forma mais individualizada e dirigida a alvos específicos, consequentemente, com maior chance de sucesso. “É o que chamamos de medicina personalizada. Os resultados alcançados hoje são muito promissores não só na doença localizada, onde são maiores as chances de cura, mas também na doença avançada, graças à incorporação da inovação através da medicina de precisão, disse Andréa Albuquerque.

Em todo o mundo, os programas de prevenção do câncer de pulmão ainda são muito voltados para o público fumante, que é mais vulnerável. “Mas sabemos que existe um conjunto de medidas que deve ser adotado por todos, visando o nosso bem maior, a saúde, que vai desde a cessação do tabagismo à adoção de um estilo de vida saudável, que implica em uma alimentação mais natural e menos industrializada, além da prática de exercícios físicos na rotina diária. Estas medidas são capazes de impactar positivamente na prevenção não só do câncer de pulmão, mas de vários outros tipos de câncer, que resultam da influência de fatores agressores do meio ambiente, que podem ser facilmente modificados, desde que haja conscientização e vontade de melhorar o estilo e a qualidade de vida através destas medidas”, finalizou a especialista.

MaceióBrasil