Dor de cabeça, no estômago, ou nas costas… É fácil achar alguém com um remedinho na bolsa para indicar. “Esse é tiro e queda”, dizem. E pode ser. Sem prescrição médica ou auxílio de farmacêutico, o medicamento com cara de inocente pode desencadear reações nada agradáveis quando tomado só ou associado a outro prescrito pelo médico.
Segundo a coordenadora da Farmáciada Santa Casa de Maceió, Lizete Vitorino, há quem tenha medicamentos preferidos e os usa junto com os recomendados pelos médicos.“A principal consequencia é a potencialização ou redução dos efeitos do medicamento. Quando utilizamos vários ao mesmo tempo, sem nenhuma orientação, eles podem ter efeitos indesejáveis ao tratamento com consequencias mais sérias, como a necessidade de ir à emergencia, ou a interatividade desses medicamentos, o que também atrapalha o tratamento adequado”, disse a farmacêutica durante entrevista para o Bom Dia Alagoas, da Tv Gazeta.
Diferente do chamados pacientes polifarmácia, que usam vários medicamentos no mesmo horário e são bem orientados para que todos façam o efeito esperado, a associação de medicamentos ou a automedicação é mais comum do que deveria e acontece muito no tratamento domiciliar, o que pode abrir caminho para algum tipo de infecção.
“Antes de associar medicamentos é preciso entrar em contato com o médico ou o farmacêutico para saber qual o alinhamento correto e evitar problemas. O uso inadequado de antibióticos mostra bem o problema. As infecções têm um tratamento que deve ser monitorado por um profissional médico e os dias da medicação devem ser rigorosamente seguidos para evitar a necessidade de usar outro antibiótico. Isso vale também para diminuir os ricos de uma internação para fazer o tratamento por via venosa, onde, muitas vezes, esses pecientes precisam passar longos períodos nos hospitais”, destacou Lizete.
A facilidade para adquirir alguns medicamentos, especialmente os que precisam de orientação médica, pode acarretar a necessidade de tomar medicamentos cada vez mais fortes. Outro ponto é que existem fórmulas que não podem ser tomadas em associação com algumas bebidas ou comida.
“Após a ingestão de bebida alcóolica, há quem tome um paracetamol para não acordar com ressaca. Mas não sabe a potencialização que aquele medicamento pode ter no fígado, dos danos que podem ser causados a esse órgão com o passar do tempo. Assim como anticonepcional, que pode ter seu efeito cortado ou diminuído se usado com aguns tipos de antibióticos. Ou mesmo a ingestão de sucos, chás, cafés com alguns medicamentos. Eles perdem o efeito”, finalizou a farmacêutica Lizete Vitorino.