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Unidade de AVC do HGE registra 256 atendimentos em nove meses

Inaugurada em 2015, Área conta com 15 leitos exclusivos para pacientes com a doença
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Imagem: Manoel Luiz da Silva recebeu alta médica do hospital sem sequela alguma após ser vítima de um acidente vascular cerebral isquêmico – Beatriz Castro

Com oito anos de existência, a primeira Unidade de Acidente Vascular Cerebral (UAVC) de Alagoas, instalada no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, realizou 351 atendimentos em 2022 e 256 de janeiro a setembro deste ano. A unidade, que foi inaugurada no dia 21 de julho de 2015, recebe cerca de 150 pacientes por mês vítimas de AVC. Deste total, aproximadamente 30 estão dentro da janela de quatro horas e meia ou com indicativo para o atendimento na Unidade de AVC, que inclui ser vítima de um acidente vascular isquêmico.

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De acordo com médica Simone Silveira, neurologista responsável pela UAVC do HGE, mais de 85% dos AVCs são de origem isquêmica, quando não há rompimento do vaso sanguíneo, e 15% hemorrágica. A doença está entre as principais causas de morte no Brasil, segundo o Ministério da Saúde (MS). “Várias medidas terapêuticas se mostraram eficazes na fase aguda do AVC, reduzindo a ocorrência de morte e incapacidade funcional, como o uso de terapia de reperfusão com trombolíticos no AVC isquêmico, assim como a trombectomia. Os pacientes assistidos na na UAVC do HGE recebem cuidados multidisciplinares, que estão entre as medidas que mais contribuem com a redução de óbito e incapacidade funcional”, relatou a médica Simone Silveira.

A Unidade de AVC do HGE iniciou com 10 leitos e atualmente a área conta com 15 leitos exclusivos para pacientes com a doença. Ela é composta por uma equipe multidisciplinar que inclui médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeuta ocupacional, nutricionista, assistente social, enfermeiros, técnicos de enfermagem e serviços administrativos.

“Conseguimos melhorar a assistência ao doente e também organizar mais os protocolos assistenciais. Toda a equipe dobrou e passamos a oferecer serviço de fisioterapia. O paciente sai de nossa unidade com toda investigação das causas do AVC, além de oferecer o tratamento da fase aguda, que é a terapia de reperfusão, e a prevenção secundária para novos eventos de acidentes vasculares”, explicou a neurologista do HGE.

PRECISÃO

O agricultor Manoel Luiz da Silva, de 81 anos, está para receber alta médica do hospital sem sequela alguma, após ser vítima de um acidente vascular isquêmico no dia 4 de outubro. Morador de União dos Palmares, seu Manoel retornava de uma consulta a um cardiologista no Hospital do Coração Alagoano quando teve o AVC no carro da família.

Seu filho o levou até o Hospital Regional da Mata (HRM), em União dos Palmares, onde fez o primeiro atendimento e via Join (regulação estadual de AVC) foi transferido para Maceió para seguimento da assistência precisa. A médica clínica Jéssica Ferreira especificou que ele foi logo encaminhado para a realização da trombectomia, procedimento de neurointervenção por meio de cateter (cateterismo) que retira o trombo (coágulo) dentro da artéria desobstruindo e restaurando o fluxo sanguíneo arterial no cérebro. A partir de então só vem melhorando.

“Seu Manoel chegou a ficar com a escala neurológica de AVC (NIH) com a numeração 14, após o procedimento retrocedeu para 6 e hoje normalizou para 2, que é sua média. Realizamos vários exames, entre eles os de laboratoriais e de imagem. Seu Manoel foi medicado para regular a pressão arterial e a glicemia e continua aos cuidados da equipe multidisciplinar, sem apresentar queixas, só esperando a alta”, referiu a médica.

Ela ressaltou que a janela de tempo para a trombólise é de quatro horas e meia, contadas do início dos sintomas. Depois desse tempo, até a oitava hora do início dos primeiros sinais da doença, faz-se a trombectomia mecânica. “Comentam aqui que a agilidade do meu filho ao me levar imediatamente ao hospital, aliada a precisão da assistência nas unidades da rede de saúde que passei, permitiram eu sair sem sequelas. Só posso agradecer! Não vejo a hora de voltar para casa e cuidar de minha esposa, ela precisa de mim. Muitas saudades dela, da minha netinha que mora conosco e dos outros oito, além dos meus seis filhos”, falou, emocionado, Manoel Luiz.

APLICATIVO

O Programa AVC Dá Sinais do governo de Alagoas, criado em agosto de 2021, conta com o aplicativo Join, de telemedicina, que possibilita uma maior agilidade no diagnóstico e na tomada de decisões pelos médicos. Por meio do aplicativo, os casos são discutidos entre os especialistas que têm acesso aos exames de tomografia, para a rápida tomada de decisão no manejo do AVC, salvando muitas vidas.

A plataforma integra as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), hospitais e ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), para que a triagem e definição de condutas sejam mais rápidas e efetivas. Com isso, é agilizado o tratamento do paciente e são minimizados os riscos de sequelas e óbitos.

MaceióBrasil