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‘Rota de Fuga’: filme sobre o afundamento do solo de Maceió começa a ser gravado no dia 22 de novembro

Com produção da Panan Filmes, curta-metragem foi selecionado pelo VI Edital de Incentivo à Produção Audiovisual de Alagoas – Prêmio Pedro da Rocha. Atores Chico de Assis e Erom Cordeiro estão no elenco.
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Imagem: Elenco do filme Rota de Fuga, sobre o afundamento do solo em Maceió, faz primeira leitura do roteiro — Foto: João Lucas Brito/@pananfilmes

O curta-metragem Rota de Fuga vai abordar os traumas das vítimas do afundamento do solo provocado pela mineração da Braskem em Maceió. Com direção de Henrique Oliveira e Ricardo Oliveira, o filme tem os atores Erom Cordeiro e Chico de Assis no elenco.

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A primeira leitura do roteiro foi realizada neste sábado (11). As gravações acontecem de 22 a 26 de novembro nas áreas afetadas pela mineração.

Após décadas de mineração, parte da capital alagoana passa por um lento processo de afundamento do solo que abre rachaduras em ruas, prédios e casas, obrigando cerca de 55 mil pessoas a abandonarem suas residências e seus negócios. Mais de 14 mil imóveis foram condenados em cinco bairros de Maceió: Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol.

A tragédia urbana em curso transforma áreas inteiras em bairros fantasmas, um problema que ainda está longe do fim, já que o solo continua afundando lentamente.

Rota de Fuga foi selecionado pelo VI Edital de Incentivo à Produção Audiovisual de Alagoas – Prêmio Pedro da Rocha. O curta vai abordar os traumas psicológicos das vítimas por meio da história de Salvador/Sal, que tenta lidar com seus conflitos emocionais decorrentes do maior desastre socioambiental urbano em curso.

Com produção da Panan Filmes, o drama é o quinto curta de Henrique Oliveira e foi desenvolvido a partir do roteiro do jornalista e ator Ricardo Oliveira, que também é protagonista do filme.

O ator Erom Cordeiro, que é de Maceió, conta que têm parentes que precisaram deixar seus lares por causa do afundamento do solo.

“Estar num filme que trata desse assunto tão grave e retrata essa tragédia em Maceió, mostrando a situação dos moradores que viram suas vidas desabarem, material e psicologicamente, é para mim uma forma de não deixar esse assunto cair no esquecimento. Tenho parentes que também tiveram que se mudar da região. Sinto-me honrado em estar junto a essa equipe incrível nesse projeto tão tocante”, afirma.

A equipe é composta por mais de 40 profissionais do audiovisual alagoano. Ricardo Oliveira conta que a ideia que resultou no filme começou em 2019.

“Fui movido pelo tremor que aconteceu na região em 2018. Enquanto em casa via meu pai lidar com o luto após a morte do meu avô, assistia indignado ao sofrimento das vítimas da mineradora na TV. Foi quando entendi que a dor da perda era universal e, mais do que uma história sobre relação pai e filho, deveria abordar o drama vivido na minha cidade. Sei da responsabilidade do tema e de ainda estar em frente às câmeras, mas, após quatro anos, me sinto seguro, empolgado e grato por contar com uma equipe massa”, afirma o diretor e ator.

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Os diretos têm o mesmo sobrenome, mas não são parentes. Eles trabalharam juntos em ‘Algo Ritmo Loga Ritmo – O Filme (2021)’, álbum visual alagoano, no qual Henrique dirigiu e Ricardo atuou.

A experiência no set fez com que Ricardo convidasse Henrique para conhecer o projeto e colaborar no roteiro. Parceria iniciada, Henrique sugeriu a direção em dupla e o processo de desenvolvimento da obra ganhou reforço com diversas pesquisas sobre as temáticas do enredo.

Diretor é ex-morador do Pinheiro

Fundador da Panan Filmes, produtora do curta, Henrique Oliveira é ex-morador do Pinheiro. O diretor conta que um dos maiores desafios do trabalho foi assegurar que a locação da casa do protagonista fosse na região vitimada pela tragédia.

“Quando finalmente achamos a casa, ela veio cheia de presentes que vão desde um acervo de arte de época incrível, até inúmeras facilidades logísticas, além claro do carinho que os donos estão nos recebendo. A reta final da pré-produção de um projeto sempre envolve muita ansiedade e nervos à flor da pele, principalmente se ele tiver o tempo de espera e a complexidade que ‘Rota de Fuga’ tem. Poder ecoar para o mundo a história de uma tragédia dessas proporções com a capacidade de alcance de público que um filme de ficção nos dá é realmente algo único”, disse Henrique Oliveira.

Os diretores contam que todos os personagens foram escritos com os atores escalados para o elenco já em mente. Um dos desafios foi conseguir trazer Erom Cordeiro a Alagoas durante as gravações na novela Elas por Elas, no Rio de Janeiro.

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