Alagoas já registra 6.484 óbitos pela Covid-19, segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) divulgado ontem. Do total, 1.422 pessoas não tinham comorbidades. Quem tem doenças pré-existentes, segundo especialistas, corre o risco maior de ter os sintomas agravados da doença, o que pode levar à morte. No entanto, o boletim da Sesau mostra número consideravelmente alto de óbitos de pessoas sem comorbidades no Estado.
Das 6.484 mortes registradas até ontem, 1.422 são de pessoas sem doenças pré-existentes. Ou seja, 21,9% dos óbitos por Covid em Alagoas são de pessoas sem comorbidades.
No boletim divulgado ontem, mais seis óbitos foram contabilizados em território alagoano. Entre as vítimas, uma mulher de 81 anos sem comorbidades, residente em Maceió. O boletim anterior, divulgado na segunda-feira (7), traz o registro da morte de dois homens, de 37 e 68 anos, sem comorbidades. Eles residiam no interior de Alagoas e em Maceió, respectivamente.
Levantamento da Sesau aponta, ainda, que pessoas com diabetes são maioria entre as vítimas da Covid-19 em Alagoas, com 2.510 mortes contabilizadas. Além disso, no Estado, 2.224 mortes são de pessoas com hipertensão; 1.414 de cardiopatas; 582 de pessoas obesas; 445 de pessoas com pneumopatia; 242 de pessoas com doença renal; 251 de pessoas com problema neurológico e 66 de pessoas imunossuprimidas. 9 óbitos seguem em investigação e 234 pessoas sofriam de outras doenças.
Não vacinados
O médico infectologista Fernando Maia diz que o número de óbitos só não é maior graças à vacina. Por isso, segundo ele, as pessoas devem ficar atentas e completar o ciclo vacinal. “O risco de não tomar a segunda dose é não estar completamente protegido. A pessoa passa a correr o risco de se infectar e de fazer forma grave da doença, podendo ir a óbito”.
A análise é comprovada pelos prontuários médicos de pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) de hospitais públicos em Alagoas. Conforme divulgou a Secretaria de Estado da Saúde no último dia 3, dos alagoanos internados com Covid-19 nos leitos de UTI dos hospitais sob a gestão estadual, 91% não haviam tomado nenhuma dose dos imunizantes disponíveis pelo Ministério da Saúde (MS) ou estavam com o esquema vacinal incompleto. O levantamento da Sesau aponta, ainda, que nos leitos de Enfermaria, esse percentual é ainda maior, uma vez que 93% não se imunizaram totalmente.
Divulgada na mesma data, Nota Técnica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lança o alerta: “uma proporção considerável da população que não recebeu a dose de reforço e a população não vacinada são mais suscetíveis a formas mais graves da infecção”.