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Programa de Transplante de Fígado de AL completa um ano em funcionamento

Seis pacientes já foram operados na Santa Casa de Maceió, hospital credenciado pelo MS
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Imagem: O primeiro transplante de fígado realizado em Alagoas beneficiou Jorge Ricardo Queiroz de Andrade. Foto: Cortesia

No dia 13 de maio de 2021, a rotina do centro cirúrgico da Santa Casa de Maceió foi alterada com o primeiro transplante de fígado de Alagoas. A equipe especializada se preparava para mudar a vida de Jorge Andrade, professor de Educação Física, de 57 anos, que após anos sofrendo ascite refratária teria um novo órgão implantado.

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Foram horas de movimentos orquestrados pelos cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e o instrumentador para fazer com que o órgão saudável se ligasse a um corpo que se esforçava para continuar funcionando. Pouco mais de 365 dias depois, Jorge segue fazendo acompanhamento médico, e quer voltar a ter uma vida ativa nos esportes, como poder correr na praia, como fazia antes da doença.

A Portaria Federal N° 313, expedida em 7 de abril de 2020, possibilitou a criação do Programa de Transplante de Fígado, permitindo que Jorge, e outros cinco pacientes operados após ele, tivesse a chance de fazer planos para o futuro. O credenciamento do Ministério da Saúde (MS), com o auxílio da Secretaria de Estado da Saúde, chegou à Santa Casa de Maceió após cinco anos de captação do órgão (cirurgia de retirada) que depois era enviado para outros estados.

“Vimos que era possível o transplante quando começamos as captações. Consequentemente, começamos a aumentar a complexidade cirúrgica na Santa Casa de Maceió, e como houve um número expressivo, nos inclinamos para tentar fazer o transplante de fígado no hospital. Isso, além de ser um sonho nosso, era uma necessidade que o estado tinha”, disse o cirurgião Oscar Ferro.

Devido à pandemia, o programa não pode ser iniciado em 2020. “Ele ainda não está maduro para ser avaliado. Precisamos de um tempo maior para fazer um diagnóstico fidedigno, mas temos conseguido aperfeiçoar a técnica e a equipe médica para melhores resultados. No primeiro ano, fizemos seis transplantes com dois óbitos relacionados ao procedimento. Hoje temos sete pacientes na fila de espera e a gente vem amadurecendo para que esse número cresça e tenha um boom maior, mas é preciso ter doação. Quanto mais doação houver, mais transplantes vão acontecer”, finaliza Ferro.

O paciente que recebe um novo órgão é considerado grave. “A anestesia é diferente das aplicadas nas cirurgias habituais, pois é de alta complexidade e cheia de peculiaridades. O acompanhamos em várias etapas: antes da cirurgia, no laboratório pré-anestésico, para avaliar se ele tem condição para fazer o transplante, e durante o procedimento”, disse a anestesista do Centro de Anestesia de Maceió (CAM), Cira Queiroz.

“Com o funcionamento do Serviço, o paciente com problema hepático com indicação de transplantes não está mais condenado a morrer no estado, ou não precisa se deslocar para outras regiões em busca de tratamento. Também é bom que fique claro que os médicos que fazem o diagnóstico de morte encefálica não participam da equipe de transplantadores. Um transplante mexe com banco de sangue, laboratório (com exames feitos antes e durante a cirurgia), emergência, UTI, enfermagem, e assistência social. É um trabalho multidisciplinar”, ressalta a especialista.

O primeiro procedimento cirúrgico foi coordenado pelo médico Oscar Ferro, que atuou com os médicos Aldo Barros, Claudemiro Neto, Flávio Falcão, Danilo Amaral, Felipe Augusto Porto, Leonardo Wanderley e Cira Queiroz, além da equipe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de Enfermagem.

MaceióBrasil