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Óleo nas praias não tem relação com desastre de 2019 e pode ter origem em lavagem de tanques de navio, diz nota técnica

Comunicado foi feito, nesta sexta (9), pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, Marinha, Ibama e universidades. Análises foram feitas por vários laboratórios.
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Imagem: ‘Bolotas’ de óleo recolhidas em praias de Pernambuco — Foto: Reprodução/TV Globo

O óleo que apareceu nas praias de Pernambuco nas últimas semanas não tem relação com o desastre ambiental de 2019, em diversos estados do Nordeste. É o que afirma uma nota técnica divulgada nesta sexta (9), pelo governo federal e por universidades.

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O comunicado aponta que o material “provavelmente é petróleo cru, proveniente do descarte de água com óleo lançada ao mar após a lavagem de tanques de navio petroleiro, em alto-mar”.

A nota técnica foi assinada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, Marinha, Ibama e universidades.

A informação sobre a origem do óleo, segundo as instituições, é baseada em amostras coletadas em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia.

A partir das análises, há indicação de que houve um novo evento. “Os biomarcadores, ou indicadores de origem, sugerem tratar-se de petróleo produzido no Golfo do México. Tal origem foi estabelecida a partir da análise das amostras coletadas, especificamente, nas praias de Pernambuco (Boa Viagem, Paiva e Quartel) e Bahia (Ondina).

Algumas pelotas de óleo tinham crustáceos conhecidos como “cracas”, que vivem em águas abertas. Pelo tamanho desses animais, “pode-se afirmar que essas pelotas de óleo permaneceram mais de duas semanas à deriva, no oceano, antes de encalharem na praia”.

Em outros locais,como as praias de Itacimirim e Itapuã (Bahia), os resultados foram correlacionáveis com o óleo de 2019. Isso, no entanto, não indica um novo derramamento do mesmo material.

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A hipótese é de que esse óleo estava na areia das praias ou fixado em rochas e recifes de coral e se desprendeu por causa de ventos mais fortes e de ressacas, que normalmente ocorrem na região nessa época do ano.

O levantamento aponta que é de grande complexidade o problema representado pelos derramamentos de óleo no mar, “cujo enfrentamento requer vigilância e esforços constantes, os quais vem sendo continuamente empreendidos pela comunidade científica brasileira”.

As análises foram feitas pelos seguintes laboratórios: Laboratório de Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos (OrganoMAR), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Centro de Excelência em Geoquímica, Petróleo, Energia e Meio Ambiente (LEPETRO/IGEO), da Universidade Federal da Bahia (UFBA); e Laboratório de Geoquímica Ambiental Forense (LGAF) do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), da Marinha.

Óleo nas praias

O monitoramento diário era realizado desde 25 de agosto. Segundo a Semas, houve uma diminuição da coleta de fragmentos nas faixas de areia nos últimos sete dias, o que motivou a decisão tomada pelo comitê de monitoramento da situação.

Não foi divulgado, no entanto, quanto foi coletado nesse período. Na primeira semana, foram 400 quilos. O governo explicou que vai acompanhar a situação do litoral através da limpeza urbana dos municípios, que notificam o estado caso surja algo fora do comum.

MaceióBrasil