Os empresários estão sufocados. Essa é a avaliação do assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio, diante do cenário de espera pela prorrogação do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), aprovada na terça-feira (27), após quatro meses de expectativa. Em Alagoas, a medida deve injetar R$ 112 milhões na economia.
De acordo com Hortencio, a nova rodada do BEm é um alívio para a classe empresarial, pois prevê a possibilidade da volta da redução da jornada de trabalho, o que possibilita, por sua vez, a redução do salário dos colaboradores, e ainda permite a suspensão temporária dos contratos de trabalho, ambas viabilizadas com pagamento de benefício pelo governo federal, por até 120 dias.
Entretanto, o assessor econômico ressalta que a retomada do programa contará com menos de um terço do valor disponibilizado em sua primeira edição, quando formalizou vinte milhões de acordos em todo país, amparada por um montante de R$ 33,5 bilhões. Em Alagoas, à época, a medida movimentou R$ 376 milhões e beneficiou 89,4 mil trabalhadores, com a assinatura de 198 mil contratos, destes, 88% só no segmento de Comércio e Serviços.
Neste ano, contudo, o valor total do recurso é de R$ 9,98 bilhões e tem o objetivo de atender a quatro milhões de brasileiros. Seguindo a lógica de abordagem promovida no ano passado, Hortencio estima que os quatro meses de vigência do novo BEm deve disponibilizar R$ 112 milhões para o estado e beneficiar 37,6 mil alagoanos.
“Apesar de ter havido uma queda de casos de infecção no final do ano, a pandemia não acabou em dezembro. Os empresários estão sufocados, com dificuldade em honrar seus compromissos. Como não há caixa, sentiram muito esse período de espera pelo BEm, mas, apesar do menor alcance, a medida vai ajudar”, observou o assessor econômico.