Uma única decisão de “sim” à doação de órgãos mudou o destino de seis alagoanos nesta terça-feira (8), no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. Um jovem de 23 anos, vítima de um grave acidente de trânsito e com diagnóstico de morte encefálica, teve seus órgãos doados após autorização da família. A ação mobilizou equipes médicas no centro cirúrgico do HGE, marcando mais um capítulo na luta pela vida de quem aguarda por um transplante.
Foram captados o coração, os rins, o fígado e as córneas, beneficiando pacientes da lista de espera da Central de Transplantes de Alagoas. De acordo com o cirurgião cardíaco José Leitão, a possibilidade de incluir o coração no procedimento reforça a importância da avaliação clínica e da atuação integrada das equipes hospitalares.
Segundo a Central de Transplantes, 579 pessoas aguardam por um órgão ou tecido no estado. São 558 esperando por córneas, 14 por rins, quatro por um coração e três por um fígado. Todos os pacientes já foram avaliados por equipes transplantadoras e indicados para transplante como última alternativa terapêutica.
A confirmação da morte encefálica do doador seguiu rigorosos protocolos médicos, com a realização de dois exames clínicos, incluindo o teste de apneia e um exame complementar que confirmou a ausência de atividade encefálica.
No Brasil, a doação de órgãos depende exclusivamente da autorização da família, mesmo quando a vontade do doador tenha sido expressada em vida. Por isso, é fundamental comunicar aos parentes o desejo de ser doador. Todo o processo de captação é feito de forma ética e segura, seguindo as normas do Sistema Único de Saúde (SUS) e a Resolução do Conselho Federal de Medicina Nº 2.173/2017.