Entre setembro e outubro, seis mil famílias maceioenses saíram do endividamento. É o que constata a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pelo Instituto Fecomércio Alagoas, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com o levantamento, o índice registrou uma redução de 2,7% em outubro, após sete elevações consecutivas. “Em termos conjunturais, o que pode ter contribuído para a desaceleração do ritmo de endividamento foi a interação positiva de três coisas: a queda dos níveis de desocupação em todo o país, que, segundo o IBGE, chegou a 8,9% no trimestre encerrado em agosto do corrente ano; o arrefecimento da inflação geral anual que passou de 12% em abril de 2022 e, em setembro, se acomodou em 7,17%; e também o aumento dos valores das políticas públicas de transferência de renda”, argumentou o assessor econômico da Fecomércio AL, Victor Hortencio.
Para ele, no entanto, a taxa de endividamento ainda é considerada alta. Na capital alagoana, 71,2% das famílias estão endividadas, embora esteja abaixo da média nacional. 79,2% dos brasileiros encerraram outubro com o seu orçamento comprometido por dívidas.
Na comparação anual, o gráfico do endividamento em Maceió apresenta um crescimento de 1,28%. Há um ano, a taxa era de 70,3%. Mas apesar da grande parcela de alagoanos com alguma dívida por quitar, Hortencio chama a atenção para o número de inadimplentes, que cresceu 13,91%, saindo de 19,4% para 22,1% da população. Isto é, conforme demonstra a subcategoria “Endividados com contas em atraso”, cerca de 67 mil famílias estão nessa condição.
Com 95,9% da preferência, seguido dos carnês, com 25,7%, o cartão de crédito segue como a principal modalidade de pagamento utilizada para fazer alguma dívida. Para 59,4% das famílias, o comprometimento com compras parceladas ou financiamentos é de 3 a 6 meses. Sendo que 90,5% das famílias maceioenses comprometem de 11% a 50% do salário com alguma dívida, distribuídas pelas modalidades cheque pré-datado, cartões de créditos, carnês, empréstimos e prestações.
Apesar desse cenário, Hortencio ressalta que para ter uma vida financeira saudável a recomendação é não ultrapassar o limite de 30% do orçamento com parcelas ou financiamentos.