O ano de 2022 trará, a Alagoas, oito feriados nacionais, cinco estaduais e 10 pontos facultativos, totalizando 23 dias. Essa dinâmica no calendário vai impactar na economia, trazendo um prejuízo de R$ 455 milhões aos setores do Comércio e de Serviços em Alagoas, segundo projeção da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL). A estimativa considera que estes setores deixam de movimentar, em média, R$ 65 milhões a cada feriado.
O assessor econômico da entidade, Victor Hortencio, diz que os cálculos consideraram os feriados nacionais e o estadual de Emancipação Política, uma vez que a iniciativa privada costuma manter as atividades normalmente nas demais datas, ficando os feriados restritos ao funcionalismo público estadual. “Vale lembrar que a legislação não proíbe as empresas de funcionarem nos feriados. Aliás, o próprio ritmo de vida moderna faz com que os setores do Comércio e de Serviços continuem em atividade, só que, nestes dias, as empresas têm um custo maior de operação”, avalia ao explicar que as empresas perdem um pouco do faturamento ao passo que precisam manter os custos da atividade.
A opinião é compartilhada com o presidente da Fecomércio, Gilton Lima. Para ele, a depender do período, o feriado pode até incrementar as vendas em alguns segmentos, como bares, restaurantes e agências de viagem, mas esta não é a realidade de todos. “Em alguns segmentos há uma redução no fluxo de clientes, o que impacta no volume de vendas diário, enquanto os custos para manter as lojas abertas se elevam, já que repercutem na folha mensal com o pagamento em dobro, folga compensatória, ou as disposições trazidas nas convenções coletivas de trabalho fixadas, de modo que essas são de suma importância para que não se tenha uma oneração excessiva das empresas nestes dias” observa.
Cálculos
Utilizando as informações oficiais mais recentes e analisando as contas nacionais do IBGE, o setor de Serviços de Alagoas obteve uma produtividade nominal na ordem de R$ 23 bilhões durante o ano de 2019, mantendo sua participação de 44% no PIB estadual (excetuando o setor público), que está na ordem de R$ 58 bilhões. Em termos comparados, os setores do Comércio e de Serviços tiveram um incremento de 8,7% quando comparado ao ano de 2018 (saindo de R$ 21 bilhões para R$ 23 bilhões). “Seguindo essa lógica de argumentação, estima-se que, por dia de feriado em dias comerciais, estes setores tenham, em média, R$ 65 milhões de prejuízo”, diz o economista.
Em 2021, Comércio e Serviços deixaram de movimentar R$ 585 milhões devido a uma maior incidência de feriados em dias úteis. Porém, como este ano terá dois feriados a menos em dias úteis, totalizando sete feriados nacionais e estaduais (considerando o sábado), contabiliza-se um prejuízo de R$ 455 milhões ao setor. “Montante 22% menor do que o ano passado, com incremento de receita potencial de R$ 130 milhões para o ano de 2022”, afirma.
Ressalte-se que, em decorrência das particularidades econômicas de cada um dos 102 municípios alagoanos, a projeção da Fecomércio não inseriu nos cálculos os volumes que deixarão de circular em decorrência dos feriados municipais.