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Alagoas registra 130 denúncias por assédio moral de janeiro a agosto deste ano

Número se aproxima da quantidade de queixas registradas em todo o ano de 2022, quando foram 149 denúncias.
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Imagem: MPT registra 130 denúncias de assédio moral e 9 de assédio sexual neste ano em Alagoas — Foto: Divulgação/MPT-AL

O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas já recebeu 130 denúncias por assédio moral neste ano, desde janeiro até esta quarta-feira (16). O número se aproxima da quantidade de queixas registradas em todo o ano de 2022, quando foram 149 denúncias.

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Um aumento expressivo foi no número de denúncias de assédio sexual, que nestes oito meses já se igualou ao número do ano passado inteiro, 9 denúncias. A tendência é que esse número seja ultrapassado até o final de 2023.

O crescimento acompanha o cenário nacional. Em todo o Brasil, o número de denúncias feitas de janeiro a julho deste ano já é quase a mesma quantidade do total registrado nos 12 meses de 2022.

São pessoas que denunciam situações vividas no ambiente de trabalho por considerarem abusivas. Assim como Elves André Rodrigues, servidor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Alagoas, que denunciou ter sofrido assédio moral enquanto exerceu cargo de chefia no órgão.

A denúncia foi feita, inicialmente, ao Ministério Público Federal (MPF), que encaminhou o caso ao MPT. A Procuradoria do Trabalho informou que instaurou inquérito civil nesta quarta (16) para apurar a denúncia.

O servidor diz que as perseguições começaram em outubro de 2022 quando ele substituiu o antigo chefe, Rivaldo Couto dos Santos, que foi exonerado do cargo e hoje é o atual superintendente do Ibama.

Elves, que tem o transtorno do espectro autista, conta ter sido prejudicado diretamente pelo atual superintendente, que teria apagado do sistema do órgão informações fundamentais para o trabalho do servidor.

“Esses documentos foram apagados para me prejudicar. Eram informações fundamentais para categorização e detalhamento dos processos. Consegui visualizar que todas essas informações foram apagadas pelo perfil do Rivaldo. Assim que ele foi exonerado, eu assumi, e assim que ele foi nomeado pela ministra Marina como superintendente substituto, ele me exonerou do meu cargo de chefe de divisão”, disse.

Segundo Elves, além desses problemas, servidores ligados a Couto, inconformados com a sua exoneração, travaram uma verdadeira guerra contra ele por não concordarem com a mudança.

“Muitos chegaram a mim para declarar sua insatisfação. Inclusive, fui agredido fisicamente por uma servidora efetiva ao passar uma ordem de serviço, esta que já tinha sinalizado sua indignação sobre minha posse ao cargo de chefia” , contou.

O servidor disse que procurou a ajuda da Corregedoria do Ibama, denunciou o caso e apresentou provas, mas que as denúncias foram arquivadas. Agora afastado por licença médica, Elves conta que toda a perseguição que sofreu no ambiente de trabalho repercutiu em sua saúde mental.

“Tenho medo de voltar ao IBAMA e ainda ser prejudicado de alguma forma. Estou com episódio depressivo moderado e transtorno de ansiedade generalizada. Em 11 anos de serviço público em outras instituições, nunca vivi em um ambiente tão hostil”, lamentou.

O g1 entrou em contato com Rivaldo Couto, superintendente do Ibama, que afirmou que as denúncias foram apuradas pela Corregedoria e arquivadas.

“Não fiquei sabendo de abertura de nenhum processo contra mim, a não ser no Ibama, que já foi apurado e considerado improcedente. As denúncias já foram apuradas e arquivadas. Essa denúncia inverídica [apagar documentos] também já foi apurada e arquivada sem nenhuma responsabilização”, disse.

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