O Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), iniciou, nesta segunda-feira (27), a realização de cirurgias ortopédicas de segundo tempo de Baixa e Média Complexidade. Agora, o cidadão que sofrer um acidente, por exemplo, terá acesso ao atendimento emergencial e, na própria unidade, fará o procedimento complementar, agilizando a recuperação do paciente que, em seguida, será encaminhado para a reabilitação e atendimento ambulatorial. A expectativa é de que até 200 procedimentos sejam realizados por mês.
O governador Paulo Dantas fez questão de conferir a abertura do serviço e aproveitou o momento para visitar os setores do HGE. Ele enfatizou que a agenda da Saúde é prioridade para o Governo de Alagoas, uma vez que mais de 90% dos alagoanos dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). O chefe do Executivo estadual salientou que o HGE, por décadas, foi a única unidade que assistia esse perfil de paciente, o que tornava a prestação de assistência mais complexa.
“Nos últimos anos, o atual ministro dos transportes, o ex-governador Renan Filho, organizou o Estado e criou a capacidade de investimento que viabilizou a construção de três hospitais aqui em Maceió. Quanto assumimos inauguramos o Hospital do Coração Alagoano, além de várias UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] em Maceió e no interior; e temos três hospitais que estão em construção, um aqui na capital, o Hospital do Idoso, outro em Palmeira dos Índios, do Médio Sertão, e mais um em Arapiraca, o Metropolitano do Agreste”, informou Paulo Dantas.
O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, explicou que as cirurgias ortopédicas de segundo tempo são, na maioria delas, de origem do trauma. O fluxo estabelecido é simples: o cidadão é atendido na Emergência, Área Vermelha Trauma, onde é realizado o atendimento multidisciplinar que indica as próximas necessidades assistenciais. Caso o médico defina a necessidade de cirurgia, ela é feita imediatamente.
“Agora ofertamos a realização de novos procedimentos após o atendimento de Emergência, após a estabilização do paciente. Com isso, o cidadão irá sair do HGE com o seu agravo resolvido, e ainda orientado a continuar com o acompanhamento ambulatorial e reabilitação. Hoje, já iniciamos com um caso importante, que quando resolvido também nos ajudará na rotatividade dos leitos, a assistir mais pessoas que precisam”, explicou o titular da Sesau, que é ortopedista e atuou nas primeiras cirurgias ortopédicas de segundo tempo.
Beneficiado
Estefane Damião da Silva, de 31 anos, chegou no último dia 13 ao HGE, após sofrer acidente de trânsito, seguido de agressão por arma branca. Ele conta que estava descendo uma ladeira quando perdeu o controle do veículo, derrapou e, para não atropelar os pedestres, jogou-se contra um poste. Com o susto e o risco de mais pessoas serem acidentadas, um linchamento teve início.
“Eu fui espancado, até a chegada da minha esposa e de um colega, que me trouxeram para o HGE. Quando cheguei fui logo atendido, fizeram em mim vários exames e diagnosticaram uma fratura na minha tíbia esquerda. Precisei ficar internado, recebendo os cuidados necessários para que eu possa fazer a cirurgia. Estou fazendo hoje, satisfeito com esse esforço da Ortopedia. Ainda bem que o HGE está fazendo as cirurgias de segundo tempo”, disse Estefane, que está em recuperação após o procedimento cirúrgico.
Segundo o diretor do HGE, Fernando Melro, todos os pacientes que precisam das cirurgias ortopédicas de segundo tempo eram transferidos para o Hospital Regional da Mata (HRM), em União dos Palmares; Hospital Regional do Norte, em Porto Calvo; Hospital Veredas, em Maceió; e Hospital Carvalho Beltrão, em Coruripe. Para essas unidades continuam sendo referenciados os casos de Alta Complexidade.
“Agora, o HGE está pronto para iniciar os procedimentos que poderão contemplar até 200 pessoas por mês. A previsão é de que todos os pacientes que aguardam pela cirurgia sejam atendidos em pouco mais de um mês. Isso permitirá uma rotatividade maior, com mais agilidade e melhor eficácia, uma vez que, quanto mais rápida a cirurgia corretiva é feita, menor é o risco de complicações, de agravamentos, de sequelas.